domingo, 28 de outubro de 2007

Produção musical em minha cidade

Confesso que quando li a atividade de música sobre o levantamento da produção cultural na cidade fiquei pensando: "nossa, em minha cidade não há nada..." Mas logo vi que me enganei.

A banda que entrevistei conheci por intermédio do meu irmão (o guitarrista é amigo dele). Pesquisando no orkut, internet, logo descobri que há mais algumas em Sapiranga, só que não são muito divulgadas (bandas de rock e estilo “bailão”, em sua maioria). A maioria delas tem apenas cd´s demo gravados. Percebo que a produção musical local não é muito divulgada. Nunca vi divulgação dos cd´s das bandas da cidade na loja que costumo ir aqui em Sapiranga (e é a maior loja de cd´s daqui). Há poucos dias houve um show com algumas bandas da cidade no Centro de Cultura daqui (o evento foi denominado Encontrarte, e foi divulgado com cartazes nas escolas e em alguns pontos comerciais da cidade). Mesmo assim, acredito que a maioria da população sapiranguense não conhece (assim como eu não conhecia) a produção musical do município (até porque quando uma banda se apresenta em algum evento, dificilmente diz qual é a sua cidade de origem). Aprendi através da atividade que minha cidade tem sim uma produção musical bastante movimentada , e que isto pode ser trabalhado com os alunos, afinal é muito melhor quando podemos trazer para a sala de aula músicos com quem os alunos podem ter contato do que trabalhar só quem está longe. As crianças precisam sentir que fazer música é coisa de pessoas reais, que tem uma vida como elas, e não só de gente famosa.

domingo, 21 de outubro de 2007

Dificuldades com a prática do teatro

Comecei os jogos dramáticos com minha turma de 7ª série. Confesso que fiquei um pouco frustrada, pois planejei exercícios bem legais (na minha opinião) e não funcionou muito bem. Lidar com o corpo em um espaço limitado como a sala de aula não é nada fácil... Estava louca para usar o ginásio, mas esteve ocupado durante toda a manhã pelas aulas de ed. física. Foi difícil de fazer eles me ouvirem. Riam uns dos outros, não se concentravam. Tenho consciência de que esta é uma etapa inicial, e que se o trabalho com teatro fosse uma rotina na escola seria diferente - os alunos não estão acostumados a trabalhar com o corpo desta forma. Enfim, nas experiências ruins também aprendemos: aprendi na prática que o trabalho com teatro não é algo banal, fácil de ser trabalhado - exige concentração, dedicação e sobretudo tempo.

Poesia

Esta semana pela primeira vez contei uma história na íntegra para meus alunos. Como eles não tem nem 3 anos ainda, sempre encurtei as histórias, contando com minhas palavras. Tinha muita vontade de trabalhar poesia com eles, mas nunca tive coragem. Com a minha turma do ano passado (da mesma idade) não me arrisquei o ano todo, pois julgava que eles não iriam prestar atenção. Este ano, encorajada pela disciplina de literatura me permiti fazê-lo. Minha mãe me mostrou o livro "A Chuvarada"(Isabella Carpaneda e Angiolina de Bragança), e achei que tinha tudo a ver com meus alunos. A história fala sobre os insetos do jardim que tentam se esconder da chuva, mas todos acabam se molhando - toda em forma de poesia. Eles gostaram tanto que me pediram para repetir várias vezes.

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Acervo de Imagens

Já comentei isto no fórum, mas acho importante registrar aqui. Depois da aula presencial de literatura, assim que tive oportunidade fui procurar em revistas algumas imagens para iniciar o meu acervo. Folheei umas seis revistas procurando uma imagem de uma pessoa negra e não encontrei nenhuma. É interessante como estamos expostos a imagens veiculadas pela mídia diariamente e não nos damos conta de que imagens são estas. Isto me faz lembrar o exercício da disciplina de Artes visuais, onde analisamos as três imagens sobre família. É preciso ter esta tomada de consciência não só conosco, mas incitar nossos alunos a questionar se as imagens dos comerciais, das propagandas publicitárias, das revistas, etc, condizem com a realidade em que vivem.

Jogo? Brincadeira?

Lendo o material da interdisciplina Ludicidade e Educação aprendi algo novo. Pensava que quando planejava uma brincadeira para meus alunos, com objetivo de que aprendessem algo, era realmente uma brincadeira. A partir das leituras pude ver que "O jogo só pode ser considerado jogo se a sua escolha partir de livre e espontânea vontade do sujeito que joga. Quando o jogo passa a ser uma tarefa ou uma atividade obrigatória deixa de ser um jogo e passa a ser trabalho ou ensino.". E que “O jogo só é jogo quando a criança pensa apenas em brincar”. Entendo que ambos os momentos devem ser propiciados, mas agora sei que não são a mesma coisa.

Cantando com os pequenos...


Dando seguimento ao meu projeto de arte com os pequenos, além das atividades de prática artística, esta semana mostrei a obra "Os Girassóis" de Van Gogh. Conversamos sobre as cores (o amarelo é predominante...) e me lembrei da música "O Girassol" (Toquinho e Vinícius de Moraes). Cantei para eles, me pediram para repetir várias vezes até conseguirem cantar algumas partes junto comigo. Fiquei fascinada com duas meninas (elas tem 2 anos e meio) "procurando" as notas mais agudas. Há uma parte da música em que a melodia sobe bastante, ficando bem mais aguda do que no início. A maioria das músicas do cotidiano escolar (a dona aranha, atirei o pau no gato, borboletinha, e muitas outras) permanecem sempre na mesma região tonal, ficam em uma zona não muito grave nem muito aguda. Esta música diferenciou-se do que estavam acostumados, e vi as meninas de que falei fazendo sons bem agudos "procurando" a nota que eu estava cantando. Me dei conta de o quanto é importante variar as melodias, proporcionando coisas diferentes, mesmo quando as crianças nem conseguem ainda cantar uma música inteira. Não é a toa que muitos de nossos adolescentes (e depois nós, adultos) "falam" as músicas, e não cantam explorando todo o potencial de sua voz. Talvez tenha faltado apenas estímulo.

Registrando Vivências

Na semana passada tivemos aula presencial de teatro. Iniciei o planejamento proposto pelo professor para a prática com a turma, mas fiquei muito frustrada. Já havia cursado duas disciplinas de teatro na outra licenciatura que fiz, mas quando sentei para planejar não me lembrava da metade dos exercícios que já havia vivenciado. Me dei conta de o quanto é importante registrar. As vezes penso que algo que foi significativo não irei esquecer, mas vi que não foi bem assim... Copiei os arquivos mandados por e-mail pelo professor e armazenei em uma pasta em meu computador. Tudo que eu puder registrar nesta disciplina será feito. Não dá pra confiar só na memória...

Saber docente e pesquisas universitárias

Na semana que passou revisitei o texto de Maurice Tardif (Saberes Docentes e Formação Profissional) para fazer o resumo analítico pedido na disciplina EPPC. O texto me trouxe muitos questionamentos e inquietações a respeito da pesquisa acadêmica. Uma das coisas que almejo é continuar sempre a minha formação e um dia poder fazer um mestrado e talvez até doutorado. O texto mexeu bastante comigo pois falou sobre o enfoque da pesquisa acadêmica (que busca "detectar" os problemas nos professores e na escola básica). Abriu os meus olhos para o respeito e a compreensão que deve haver entre os profissionais dos diferentes níveis de ensino. Com certeza vou pensar em meus possíveis "problemas de pesquisa" de outra forma, vendo todo o sistema com outros olhos.

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Mais idéias de releituras

Estou desenvolvendo um projeto de Artes com meus alunos do maternal 1. Comprei recentemente um livro maravilhoso com sugestões de atividades para crianças pequenas (Iniciação à arte para crianças pequenas - Maryann F. Kohl, Renee Ramsey e Dana Bowman - Artmed). Adorei porque as atividades focam o processo, e não o produto, o que eu acredito que é de suma importância para as crianças pequenas (que não tem condições de fazer obras belíssimas como os adultos gostariam de ver). Bem, o fato é que pensei inicialmente neste projeto em fazer atividades de arte processual e mostrar algumas obras famosas com as quais os alunos conseguissem estabelecer algum tipo de identificação, mas jamais pensei em releitura, em função da idade de meus alunos (entre 1 ano e meio e dois anos e meio), pois eles não conseguem nem representar através do desenho ainda, fazem apenas garatujas. Já havia escolhido algumas obras pra apresentar à eles (Os Girassóis de Van Gogh, por sua cor vibrante e tema simples, O Grito de Edvard Munch, pela sua temática de fácil entendimento e alguma obra ainda a escolher de Piet Mondrian, pelas cores e formas geométricas), mas iria apenas mostrar as imagens e conversar.
Como uma aprendizagem produz outra (
nosso cérebro é ativo, graças a Deus!), a idéia dada pela professora na aula presencial havia sido pensada por mim apenas para os alunos grandes (outra realidade com a qual também trabalho), mas quando fiz o meu plano desta semana deu um "click". Por que não fazer releituras desta forma também com os pequenos?
O que parecia antes impossível (pela incapacidade de representação gráfica das crianças), ficou fácil, quando mudei o pensamento do plano
da representação gráfica para a representação corporal. O resultado visual ficou MARAVILHOSO!!! Ainda vou realizar a atividade durante toda a semana e por enquanto as crianças estão vendo suas releituras apenas na tela da câmera digital. No final da semana vou passar pra um cd e levá-los para ver os seus GRITOS na sala de tv.

O GRITO - Edvard Munch O GRITO DA NATÁLIA O GRITO DO VÍTOR



O GRITO
DO GABRIEL