sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Fases do desenvolvimento psicossocial

Já havia ouvido falar da teoria de Erikson. Li um livro sobre Educação Infantil no ano passado que justapunha as duas teorias - a de Freud e a de Erickson. Na época me lembro que me marcou bastante a fase da Confiança x Desconfiança por ser a idade das crianças com que trabalho. (a questão de atender bem às necessidades das crianças quanto aos cuidados básicos, para que confiem no adulto e na sociedade que a cerca). Além disto a associação foi direta com uma outra leitura que havia feito no período - O livro Educação Infantil: p'ra que te quero? - uma seleção de artigos organizados por Carmem Maria Craidy e a professora Gládis Elise Pereira da Silva Kaercher (acabei de descobrir que foi a nossa professora de literatura - não tinha ligado o nome à pessoa, mas o Rooda não mente...). No artigo de Maria Isabel E. Bujes ela ressalta: "A educação da criança pequena envolve simultaneamente dois processos complementares e indissociáveis: educar e cuidar"(BUJES, p. 12, 1998). Como havia realizado a leitura sobre os estágios de Erikson, logo entendi o porquê de o cuidado ter a mesma importância da educação.
Enfim, embora já tivesse lido algo sobre Erikson, o estudo desta unidade aprofundou meu conhecimento. Pude visualizar meus alunos na etapa seguinte (não lembro se não havia lido sobre a etapa da Autonomia x Dúvida, ou se na época não compreedi meus alunos como vivenciadores desta fase...). Além disto, não imaginava que o estudo de Erickson se estendia a todas as etapas da vida do homem, pois a teoria me foi apresentada como "complementar à teoria de Freud" e pensei que assim como na teoria de Freud, o desenvolvimento "se desse por completo" no final da adolescência.
Algo que me chamou muito a atenção é que Erickson não considera nenhuma etapa como fechada, e o desenvolvimento de uma depende da outra. Além disto nada é permanente, pois a cada nova situação podemos superar traumas anteriores ou desenvolver novos. "Erikson, talvez mais do que qualquer outro teórico da personalidade, tem enfatizado que a vida é uma mudança constante e que resolver problemas, em qualquer estágio determinado da vida, não constitui garantia contra a ocorrência de novos problemas, nem contra a descoberta de novas soluções para problemas anteriores, em estágio subseqüentes." (ELKIND, 1978)
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BUJES, Maria Isabel Edelweiss. Escola Infantil: P'ra que te quero? In: CRAYDY, Carmem Maria e KAERCHER, Gládis Elise Pereira da Silva (Org.). Educação Infantil: p'ra que te quero? Porto Alegre: UFRGS/Governo do Estado do Rio Grande do Sul, 1998.

ELKIND,
David. As Oito Idades do Homem segundo Erikson. Diálogo, 11(1), 3-12, 1978.

sábado, 23 de agosto de 2008

Educação no Brasil


Na semana passada fiquei muito indignada ao ler a reportagem de capa da Revista Veja (Você sabe o que estão ensinado à ele, Prontos para o Século XIX e A Neutralidade como Dever) sobre a educação no Brasil. Embora tenhamos sim muitas coisas a repensar sobre a educação brasileira, a reportagem não é imparcial, colocando o ponto de vista dos cidadãos socialmente privilegiados. Dentre as coisas que mais me revoltaram em tal reportagem está a crítica a Paulo Freire, que é chamado de "personagem arcano sem contribuição efetiva à civilização ocidental, autor de um método de doutrinação esquerdista disfarçado de alfabetização". A reportagem critica duramente o fato de a maioria dos professores entrevistados (29%) identificar-se mais com Paulo Freire do que com Einstein (6%) segundo a Veja "talvez o maior gênio da história da humanidade". A revista ainda critica o fato de a maioria dos professores ter elencado formar cidadãos conscientes como uma das finalidades mais importantes da educação, acima de proporcionar conhecimentos básicos. A reportagem encerra dizendo que os professores não deveriam se envolver com a formação política: "Acho que a formação política de cada um é sua prerrogativa individual, sujeita apenas à interferência dos pais. Não é para ser condenada ou legitimada na escola. Mesmo que os pais não pratiquem sua prerrogativa, isso não dá ao professor o direito de se assenhorear da tarefa. Não acredito que a maioria dos professores brasileiros, com seu baixo preparo intelectual, tenha condições de oferecer ao aluno a exposição complexa e multifacetada que as questões inerentes à formação da cidadania exigem." - Pergunto: e os pais de nossos alunos da escola pública tem condições de oferecer esta exposição? Por isto eles devem permanecer sobre o jugo da dominação? Acho que é esta a "malvadez neoliberal" a que Freire se refere.
Para fazer o trabalho de ECS sobre o ser professor e suas implicações históricas, mas com estas inquietações é que fui ler Freire novamente (Pedagogia da Autonomia). Encontrei uma frase de Freire que penso que traduz exatamente ao mesmo tempo o que a Veja criticou e o que ela mesma fez:
"[sobre a luta a favor da ética] Na maneira como lidamos com os conteúdos que ensinamos, no modo como citamos autores de cuja obra discordamos ou com cuja obra concordamos. Não podemos basear nossa crítica a um autor na leitura feita por cima de uma ou outra de suas obras. Pior ainda, tendo lido apenas a crítica de quem só leu a contracapa de um de seus livros. Posso não aceitar a concepção pedagógica deste ou daquela autora e devo inclusive expôr aos alunos as razões por que me oponho a ela mas, o que não posso, na minha crítica é mentir. É dizer inverdades em torno deles." (FREIRE, 1996, p. 18)
Felizmente encontrei outros protestos de colegas professores quanto a esta preconceituosa reportagem.

Perguntas?!?

Na aula presencial desta semana (21/08) aprendemos bastante sobre perguntas. Que perguntas podem ser utilizadas para um projeto? Vimos que não é qualquer pergunta que pode ser utilizada. Além de a pergunta ter que "render" um projeto (desencadear mais coisas para pesquisar), ela deve ser possível de ser pesquisada. Vimos que na prática há coisas que não há como pesquisar (como por exemplo "por que a mulher é a femea que mais sofre no parto" - chegamos a conclusão de que não haveria como realizar tal pesquisa, pois além de a pergunta em si já ser conclusiva, afirmando que a mulher É a femea que mais sofre, não haveria como entrevistar outras fêmeas, animais). Por fim, uma pergunta interessante para um projeto também deve requerer um certo grau de complexidade. Não pode ser respondida de imediato em uma única busca no Google. Deve requerer uma certa elaboração. Meu grupo durante este semestre irá pesquisar sobre o desenvolvimento cerebral do feto!

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Aula presencial - Abertura do semestre

Não deu nem pra respirar, já iniciou o semestre (hehehe). Bem, depois de tanta conversa sobre os aspectos legais do curso, realizamos uma atividade em grupo do seminário integrador. Analisamos 5 propostas de atividade quanto ao grau de complexidade, recursos, nivel de aprendizagem e por fim deveríamos escolher uma dentre as cinco atividades como "melhor", justificando a resposta. Da 1 a 5 a atividade era basicamente a mesma, que ia adquirindo maiores graus de elaboração e, consequentemente fazendo os alunos aprenderem mais. Nosso grupo chegou a conclusão de que a ultima atividade era a melhor pois, além de o aluno aprender através de pesquisa e interação, ele também socializava a aprendizagem, ocasionando construção de mais conhecimento.
Impossível não relacionar com a nossa vivencia como alunas do PEAD. Então, descobri na aula presencial algo que, apesar de ficar nas entrelinhas, era perfeitamente compreensível: a ordem para o semestre (e para o restante do curso e até após seu término) é SOCIALIZAR.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Refletindo sobre o planejamento do tempo

Realizando o planejamento de meu tempo semanal percebi que, (graças a Deus!) estou com mais tempo "livre" do que quando iniciei o curso. Me sobram mais momentos de lazer (pois também tenho priorizado isto, para não enlouquecer) e momentos que posso dedicar ao PEAD. Fiquei também muito feliz em ver que não precisava dedicar tanto tempo às atividades domésticas, já que meu marido me ajuda (e MUITO).
Coloquei também em minha planilha um momento de preparação de aula no final de semana, mas mais por desencargo de consciência, pois tenho tentado (e conseguido, até agora) me organizar para fazer planejamento e correção de trabalhos em meus horários livres na escola. Eventualmente tenho que fazer alguma coisa em casa, mas me policio. No ano passado quase enlouqueci, e prometi que este ano seria diferente (inclusive para o meu marido, que não aguentava mais ver pilhas e pilhas de papel na sala, no quarto, enfim...).
Creio que a distribuição que fiz ficou equilibrada, agora, basta segui-la. É lógico que os dias de reunião nas escolas que trabalho fugirão um pouco do planejado, mas, todo planejamento é flexível. Não é?

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Aprendizagens se consolidaram no preparo e realização do workshop

Durante a preparação de meu powerpoint para o workshop estava bastante insegura. Acabei fazendo uma apresentação de slides bem resumida, em tópicos.
No momento da apresentação, fui me tranquilizando enquanto as colegas falavam (fui a última a apresentar) pois fui me dando conta de quantas coisas parecidas tínhamos vivido: durante os momentos de estudo, com nossas turmas...
Enfim, como expus na apresentação, o mais marcante para mim foi o estudo das fases da construção da noção de tempo e espaço, pois foi onde melhor consegui visualizar meus alunos, tão pequenos.

Aprendizagens se consolidaram ao preparar a síntese-reflexão

Em primeiro lugar, ao realizar a síntese me deparei com o quanto perdi durante o semestre passado por ter deixado as coisas acumularem. Prometo a mim mesma que este semestre será diferente.
Felizmente, apesar de perdido, construí conhecimentos valiosos, como a questão das etapas do desenvolvimento da noção de espaço e tempo (que adorei estudar pois pude "ver" meus alunos-bebês durante as leituras). Foi ótimo estudar esta questão sob o enfoque não só dos estudos sociais como também da matemática, comprovando que nenhum conhecimento é estanque. Também foi enriquecedor estudar Ciências e ver quantas coisas práticas, do dia-a-dia dos alunos deixamos de trabalhar. Coisas estas que enriquecem as aulas e provocam encantamento, pois fazem a ponte entre a escola (conhecimento) e as vivências pessoais.