segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Avaliação de dois Blogs:

Foi solicitado como atividade de recuperação a avaliação de dois blogs das colegas do curso, comparando-os em termos de tipo de postagens, evidências, qualidade das postagens, reflexões e outros quesitos.
Abaixo estão os Blogs que escolhi:

Primeiro Blog:
Janete Dodde Dreyer


· Reflexão sobre a atividade e não atividade:
Foram realizadas 15 postagens ao longo deste sexto semestre.
· Verificar se ocorreu reformulação ou nova postagem em função da intervenção (comentários) de professores, tutores ou colegas:
Hoveram reformulações em função dos comentários da tutora Melissa (na postagem “Modelos Pedagógicos e Modelos Epistemológicos” - Desenvolvimento e aprendizagem sob o enfoque da Psicologia II) e da tutora Celi (na postagem “Questões em Duplas” - Filosofia da Educação).
· Verificar se há postagens que abrangem a interdisciplinaridade:
Foram feitas 4 postagens englobando várias interdisciplinas.
· Verificar se no conjunto do blog há uma postagem para cada disciplina:
Há mais de uma postagem para cada disciplina.
· Verificar se há regularidade nas postagens:
No mês de maio houve apenas uma postagem.
· Verificar se há relação entre teoria e prática:
Acredito que realmente há relação entre teoria e prática.
· Verificar se há evidências:
Hoveram evidências da aprendizagem da colega, evidências que contemplaram situações relacionadas tanto com as atividades das interdisciplinas quanto com atividades extracurriculares (trabalho e social).
· Verificar se há argumentos:
Houveram argumentos, isto é, em suas postagens houve explanações que nos levaram a conclusão de sua aprendizagem , evidenciando discussões e debates relevantes sobre os vários conteúdos abordados.


Segundo Blog
Maria Bernadete


· Reflexão sobre a atividade e não atividade:
Foram realizadas 20 postagens ao longo deste sexto semestre.
· Verificar se ocorreu reformulação ou nova postagem em função da intervenção (comentários) de professores, tutores ou colegas:
Houve reformulação na postagem Identificando Epistemologias,e Educação Especial - Histórias e Políticas
segundo solicitações feitas pela tutora Simone Bicca.
· Verificar se há postagens que abrangem a interdisciplinaridade:
Não evidenciei postagens abrangendo mais de uma disciplina.
· Verificar se no conjunto do blog há uma postagem para cada disciplina:
Há várias postagens para cada disciplina.
· Verificar se há regularidade nas postagens:
Há regularidade nas postagens. Apenas em março houve uma postagem por semana. Nos outros meses a colega postou mais do que uma reflexão semanal.
· Verificar se há relação entre teoria e prática:
Acredito que há relação entre teoria e prática.
· Verificar se há evidências:
As evidências da aprendizagem da colega estão explicitas em suas postagens, com objetivos claros e bem definidos, demonstrando seu progresso em sua caminhada acadêmica.
· Verificar se há argumentos:
Os argumentos em suas postagens também estão claros e com as devidas explanações que nos levaram a conclusão de sua aprendizagem, onde também foram evidenciadas discussões e debates relevantes sobre os vários conteúdos abordados pela colega.

Creio que as duas colegas das quais procurei avaliar os Blogs-Portfólios tiveram tipo de postagens excelentes, evidências concretas da construção de suas aprendizagens, ótima qualidade em suas postagens e muitas ricas reflexões de suas experiências no decorrer do curso, demosntrando o quanto elas tem crescido pessoal e profissionalmente com estas aprendizagens e reflexões.

Para mim também foi bastante relevante fazer esta análise, pois pude constatar minhas próprias falhas no decorrer deste semestre, avaliando meu próprio desempenho e o quanto devo melhorar...

O que é Portfólio de Aprendizagem e para que serve?

O Blog Portfólio de Aprendizagem, é uma ferramenta pedagógica que nos auxilia na construção de nossos conhecimentos, permitindo a utilização de uma metodologia diferenciada e diversificada de monitorização e avaliação do processo de ensino e aprendizagem. Ele pode ser descrito como uma coleção organizada e planejada dos trabalhos produzidos por nós, alunos do Curso Pead, ao longo de um determinado período de tempo, de forma a poder proporcionar uma visão alargada e detalhada das aprendizagens efetuadas, valorizando nossa reflexão sobre estas aprendizagens, bem como dos diferentes componentes do nosso desenvolvimento cognitivo, metacognitivo e também afetivo.
Podemos dizer também que ele reflete a identidade de cada aluno e de cada professor em cada contexto estudado, enquanto construtores do nosso conhecimento e desenvolvimento ao longo da vida, auxiliando-nos no aprofundamento dos conteúdos estudados e até mesmo em nosso auto-conhecimento.
Nele devemos ir registrando nossas dúvidas anteriores e nossas novas descobertas, devemos ir registrando tudo aquilo o que formos aprendendo em cada uma das interdisciplinas no decorrer de cada semestre para assim conseguirmos estruturar melhor todo o conhecimento adquirido ao longo dos estudos feitos em nosso curso.
O uso do Portfólio de Aprendizagem dá relevância e visibilidade ao processo formativo de aquisição, treino e desenvolvimento de competências. O seu caráter de registo longitudinal permite detectar dificuldades para se agir em tempo útil, ajudando-nos, como alunos, a melhorar.
Sintetizando:
O PORTFÓLIO DE APRENDIZAGEM deve ser constituído por anotações sobre o desenvolvimento das aprendizagens sendo que estas anotações devem conter argumentos e evidências que caracterizem a aprendizagem. As evidências devem contemplar situações relacionadas tanto com as atividades das interdisciplinas quanto com atividades extracurriculares (trabalho, social, familiar, etc).
O Blog Portfólio permite uma verdadeira avaliação contínua.

Construindo

Ao estudar os textos para a atividade sobre Desenvolvimento Moral pude realmente constatar que os alunos dos anos iniciais do Ensino Fundamental estão construindo as noções de justiça, solidariedade, intencionalidade e responsabilidade. Eles se detém pelo prejuízo material que se sofre e não pela intenção da ação, como vimos em nosso material de estudos e também através das histórias de Piaget. É primordial que nós, professores, estejamos sempre atentos aos acontecimentos durante esta preciosa construção de nossos alunos, pois deveremos intervir sempre que necessário, para podermos auxiliá-los a refletirem sobre as diferentes situações vivenciadas na escola e também fora dela.

No texto do filósofo Immanuel Kant também está registrado algo de muito importante, que nos diz como todo desenvolvimento passa por etapas, etapas estas que não devem ser queimadas, mas transpostas no seu devido tempo:
“Com respeito à habilidade e à prudência, tudo deve acontecer a seu tempo com o passar dos anos. Mostrar-se hábil, prudente, paciente, sem astúcia como um adulto, durante a infância vale tão pouco como a sensibilidade infantil na idade madura” KANT, Immanuel (1724-1804) - Sobre a pedagogia. Tradução de Francisco Cock Fontanella - 3.ª Ed. Piracicaba: Editora UNIMEP, 2002.

Finalizo esta postagem com um pensamento de Paulo Freire:
“Ninguém nasce feito. Vamos nos fazendo aos poucos, na prática social que tomamos parte.”

O Desenvolvimento Moral

Achei interessantíssimo o texto da professora e doutora em Educação Jaqueline Picetti "Significações de violência na Escola: Equívocos da compreensão dos processos de desenvolvimento moral na criança?"
Escolhi esta sua fala para minha postagem, pois achei este o parágrafo mais relevante de seu estudo:
“Seria importante a escola inserir em seu contexto o respeito pelo processo de desenvolvimento moral, não tachando mais certos comportamentos como violentos, mas como características de uma determinada fase da construção da autonomia da criança, pois, para que o sentimento de justiça se desenvolva, são necessários o respeito mútuo e a solidariedade entre as crianças e os adultos.”
Debatendo com várias colegas do curso, a maioria a favor da sábia colocação do texto em questão, chegamos ao comum acordo: Como nenhuma de nós, professoras, havíamos pensado nisso? Se nosso aluno constrói seu conhecimento, passando por evoluções em seu nível de escrita, se seu processo de aprendizagem passa por diferentes estágios de desenvolvimento, como não seria da mesma forma a construção da moralidade na criança e, consequentemente, da não violência?
Importante ressaltar o que o mesmo parágrafo diz, sobre ser necessário o respeito mútuo e a solidariedade entre crianças e adultos. Alguns adultos exigem respeito da criança, mas não sabem respeitá-la. Muitos adultos exigem este respeito utilizando-se da própria violência, o que é um grande mau exemplo.

Sala de aula Construtiva

Na aula de número 11, tivemos a seguinte proposta de atividade:
Após as atividades realizadas, as leituras e discussões propostas na interdisciplina, o que você manteria e o que você mudaria em sua sala de aula (e na proposta da atividade de número 2 - Ação) a partir da perspectiva construtivista? Por quê?

O que eu mudaria em minha proposta da atividade 2:
Na verdade, já mudei: Tirei os nomes dos meus alunos das classes e coloquei-os em suas cadeiras, dando assim maior mobilidade a sala de aula, pois assim fazendo meus alunos não ficarão “presos” a um determinado lugar, podendo mudar de lugar levando a cadeira com seu nome para o novo grupo em que queiram participar, inclusive mudando de grupo de acordo com a atividade que lhes for proposta e com a afinidade que tiverem com tal e qual colega para troca de experiências.

Ação Pedagógica

Eu tinha descrito na atividade 2 desta interdisciplina que estou trabalhando os nomes com os meus alunos da Educação Infantil, Jardim Nível B, todos com 5 anos de idade. Eu manteria a atividade porque, através das leituras e estudos feitos na interdisciplina, concluo que a atividade proposta foi bastante relevante e está de acordo com os princípios estudados, mantendo-se dentro da Proposta Construtivista.
Se eu acreditasse na teoria apriorista, poderia apenas colocar meus alunos diante de seus respectivos nomes muitas e muitas vezes e “esperar” que “despertassem” para esta aprendizagem. Se acreditasse na teoria empirista, iria colocá-los a copiar infinitamente seus nomes, apontando cada vez que errassem e pondo-os a copiar novamente, até fazerem seu nome corretamente. Como acredito no interacionismo, no qual tenho fundamentado minha prática pedagógica, escrevi seus nomes e colei-os em suas classe, nos respectivos lugares em que sentam. Fizemos algumas atividades como tentar escrever o nome olhando para o modelo em sua classe com o objetivo maior de verificar em qual etapa do conhecimento cada um dos alunos se encontrava, e não para que eles aprendessem a escrever o nome corretamente, apenas copiando-o. Pedi que procurassem em uma cesta cheia de letrinhas estampadas em blocos de madeira as letras do seu nome e tentassem ordená-las, observando a ordem que estas letrinhas ocupavam em seus nomes colados em suas classes. Também dei a cada um deles as letras de seu próprio nome escritas em quadradinhos de papel para que ordenassem estas letras, montando seus nomes. A seguir, de dois em dois, observamos quais as letras que se repetiam nos nomes dos colegas, e ainda continuaremos trabalhando com o alfabeto, que será móvel e inovador, uma criação minha.
Meu alfabeto este ano é em forma de livros. Fiz uma tira de tecido com bolsos plásticos. Em cada bolso coloquei o livro de uma das letras do alfabeto. A capa do livro é a letra com uma figura bem colorida, e em cada página tem uma palavra que comece com aquela letra, que iremos complementando no decorrer do ano letivo, de acordo com o que formos trabalhar e construindo juntos. A primeira coisa que colocamos neste alfabeto foram as fotos dos alunos e da professora. Os “livrinhos” ficam ao alcance das crianças, que podem manuseá-los tanto em atividades dirigidas, individuais ou coletivas, quanto nas espontâneas. O espiral do livro permite que ele seja guardado no alfabetário (na tira de tecido com bolsos plásticos) com figuras e palavras diferentes na frente, a cada momento, de acordo com sua vontade, e não somente com a figura e a palavra da “capa”. Desta forma e através das diversas atividades que estão sendo desenvolvidas durante o ano letivo (e durante os próximos em que freqüentarem a escola) os alunos, aos poucos, interagindo sempre, irão compreendendo que seu nome é formado por uma combinação de letras finita (algumas das 26 letras do alfabeto, alfabeto este que temos na sala). Aprenderão que será a forma como estas letras são combinadas que determinará a formação, não somente dos nossos nomes, mas das diferentes palavras que poderão construir, podendo utilizar-se destas letras para escrever qualquer coisa que falarem. Aprenderão na prática que “o que pensamos, podemos falar; o que se fala, se escreve e o que se escreve, se lê”.

domingo, 16 de agosto de 2009

Necessidades Especiais

Ao ler os textos sobre as Necessidades Especiais, pude perceber o porque na maioria das vezes uma inclusão nos perturba tanto: Queremos contribuir para a aprendizagem do aluno, mas nos sentimos impotentes. Pistóia traduz bem este sentimento em sua fala.

"A diferença, nesta dimensão, deixa de ser uma característica inerente no aluno para tornar-se um empecilho para aprender e permanecer na escola. O aluno passa a ser visto como o resultado da frustração do professor que sente-se incapaz de 'ensinar' ao aluno e, assim, coloca-o direto no trilho da exclusão." (PISTÓIA, 2002, p.11)

Desta forma, para garantirmos um processo de inclusão tranquilo, devemos modificar o nosso olhar sobre o aluno, principalmente quanto a sua avaliação, pois não podemos querer medir o quanto ele aprendeu, mas investigarmos sempre a forma como ele aprende, para podermos ajudá-lo neste processo.

Dilemas éticos II

Novamente a ética. O filme "Entre os muros da escola" convidou-me mais uma vez a pensar sobre esta questão tão delicada. Desta vez sobre as relações em sala de aula e como pequenas atitudes com nossos alunos, a forma como conduzimos nossa aula, o que dizemos nas entrelinhas, influencia em nossa relação com os alunos. No filme o professor François acaba envolvendo-se em uma grande confusão com os alunos que, no fundo nasceu de sua relação em sala de aula com seus alunos. Através do filme percebemos como pequenas atitudes podem desencadear grandes problemas e que, mesmo que os alunos não nos tratem da forma que gostaríamos, não é devolvendo da mesma forma que conseguimos resolver as situações.

Cor de Pele

Como professora de Artes, desde que estudei sobre as diferenças, sempre me incomodou a questão de os alunos chamarem o rosa claro de "cor de pele". Certa vez uma professora minha provocou: cor de pele? Cor da pele de quem? Desde então passei a questionar-me sobre o assunto. Neste semestre, ao estudar novamente as questões etnico raciais, tivemos que desenvolver atividades com nossa turma, e aproveitei para trabalhar sobre isto. Depois de conversarmos sobre as diferenças, cada aluno observou a sua pele e procuramos nas tintas (que possuem mais nuances de cor) a tonalidade que mais se aproximava da cor da pele de cada um. Foi trabalhoso mas valeu a pena. Foi um padrão que conseguimos romper.

Método Clínico

Achei maravilhoso estudar o método clínico neste semestre. Às vezes olhamos para um aluno e percebemos que ele está aquém de nossas expectativas. Neste sentido, aprendi que é importante a aplicação do método clínico, para que possamos compreender como aquela criança pensa, como constrói seu raciocínio. Nenhuma criança é mais ou menos capaz do que outra, mas os alunos encontram-se em estágios diferentes do desenvolvimento, e entender como é o processo de cada um nos permite ajudar o aluno em estágios anteriores e a não estigmatizá-lo.

Kant e a educação

Kant sugere o melhor para a humanidade: Que a Arte da Educação, a Pedagogia, deve desenvolver a natureza humana de tal forma que esta possa conseguir seu destino; que uma geração deve passar conceitos corretos de valores morais para a outra geração. A Arte de Educar deve ser um estudo profundo, uma Ciência, embasando conhecimentos e valores para que uma geração não venha a destruir o que foi edificado pela geração anterior. O princípio da pedagogia de máxima importância, o qual Kant cita que os homens devem ter ante seus olhos, é o seguinte: “Não se deve educar as crianças segundo o presente estado da espécie humana, mas segundo um estado melhor, possível no futuro, isto é, segundo a idéia de humanidade e da sua inteira destinação.”
Kant afirma que “O homem não pode se tornar um verdadeiro homem senão pela educação. Ele é aquilo que a educação dele faz.”
Encerro a postagem com esta linda colocação de Kant:
A educação é uma arte, cuja prática necessita ser aperfeiçoada por várias gerações. Cada geração, de posse dos conhecimentos das gerações precedentes, está sempre melhor aparelhada para exercer uma educação que desenvolva todas as disposições naturais na justa proporção e de conformidade com a finalidade daquelas, e, assim, guie toda a humana espécie a seu destino. A Providência quis que o homem extraísse de si mesmo o bem e, por assim dizer, desse modo lhe fala: "Entra no mundo. Coloquei em ti toda espécie de disposições para o bem. Agora compete somente a ti desenvolvê-las e a tua felicidade ou a tua infelicidade depende de ti".

O Ensaio de Adorno

Ao ler o texto “Educação após Auschwitz” fiquei bastante sensibilizada com o sofrimento e a dor dos que foram vítimas neste trágico episódio; fiquei horrorizada com tamanha falta de amor, de humanidade e respeito daquelas pessoas envolvidas em tão hediondo crime, verdadeiros algozes! Realmente, a barbárie de Auschwitz foi um fato injustificável e não há nenhuma explicação que possa ser aceita para defender a conduta destrutiva que aqueles seres, chamados de humanos, tiveram. É terrível pensar que a estrutura básica da sociedade daquela época, há mais de sessenta anos atrás, e as características que a induziram a citada barbárie, que durou doze longos anos de nossa história, ainda são as mesmas hoje! O que exemplificava apenas alguns monstros nazistas da época, hoje podemos observar em um grande número de pessoas, como vândalos, delinqüentes juvenis, chefes de quadrilha e similares, que diariamente aparecem em noticiários nos jornais de todo o mundo. As pessoas continuam se deixando levar por líderes negativos, parece que não conseguem resistir ao poder e ao fascínio doentio que estes exercem sobre elas, aceitando idéias que talvez nem cheguem a acreditar. É como se ficassem cegas para a realidade e moralidade. Falta a elas a força para a reflexão desses atos, para a auto-determinação de não cometê-los, para a não-participação nesses crimes. O que será que leva pessoas a se autorizarem a cometer tamanhas atrocidades?

Dizem que a humanidade é civilizada. Mas a civilização é o resultado dos progressos da humanidade em sua evolução social e intelectual. Onde estava o progresso social neste episódio? O que foi mostrado de progresso? Eu diria que só se demonstrou a degeneração da dita espécie humana! Um retorno a selvageria!
Alguns estudiosos, que não desejam que episódio como este volte a acontecer, citam com freqüência que o fato das pessoas já não terem vínculos seria responsável por acontecimentos desastrosos como este. A família, que é a primeira célula da sociedade, tida como a célula mãe, está se desmoronando, fazendo com que os primeiros vínculos, creio eu que os mais importantes (paternidade e maternidade) sejam exterminados. É na primeira infância que o ser humano vai adquirindo hábitos e atitudes dignas, através das boas palavras e de bons exemplos de seus genitores. Faltando esta base, será mais difícil se edificar uma construção sólida! A criança tem a capacidade de se identificar com seus familiares e precisa desta identificação para ficar psicologicamente equilibrada. Muito sábia foi a citação de Adorno sobre este assunto:
“A uma mentalidade sadia afigura-se plausível invocar vínculos que ponham um paradeiro ao sádico, destrutivo, devastador, mediante um enérgico 'Você não deve' ".
Para isto o papel dos pais é demasiadamente importante. Não menos importante é o papel do professor.

Uma educação que queira evitar episódios bárbaros deverá se concentrar na infância e juventude de uma maneira consciente e comprometida, pois sendo a educação um conjunto de normas pedagógicas tendentes ao desenvolvimento geral do corpo e do espírito, esta só terá pleno sentido se mantiver a finalidade de uma a auto-reflexão crítica. Para que nosso aluno tenha condições para tal, devemos proporcionar a ele o pleno desenvolvimento de suas potencialidades fazendo-o realmente sujeito pensante e atuante em suas construções.
Como professora tenho que acreditar que podemos ter em nossas salas de aula o início da mudança que ansiamos. Quero acreditar que a Educação é realmente transformação.
"Tudo o que é necessário para o triunfo do mal, é que os homens de bem nada façam".
(Edmund Burke)

Vamos continuar fazendo o que for necessário para que somente o bem triunfe.

Projeto de Aprendizagem

Em meu Projeto de Aprendizagem, participei do grupo "PA Questão 24" com as colegas Silvia, Janete e Giovana Sperb.

Ele teve o seguinte desenvolvimento:

QUESTÕES INICIAIS:
Que consequências acarretam no organismo e quais as mudanças de comportamento que ocorrem com a utilização de remédios do tipo gardenal, ritalina e similares?

QUESTÃO DE INVESTIGAÇÃO:
Pensando em nossos alunos, que mudanças ocorrem na aprendizagem com a utilização de remédios do tipo gardenal, ritalina e similares?

CERTEZAS PROVISÓRIAS:
* Algumas medicações como estas dão sono.
* Outras agitam mais a criança.
* Outras ainda, causam irritabilidade.
* A falta da medicação ocasiona transtornos no comportamento.

DÚVIDAS TEMPORÁRIAS:
* Estes medicamentos prescritos para pessoas portadoras de necessidades educativas especiais podem proporcionar mudanças que auxiliem em sua aprendizagem?
* Como e por quê?
* Que consequências esses medicamentos acarretam no organismo?
* Estas medicações ajudam ou trazem outras complicações para os pacientes?
* Quanto tempo deve-se tomar estas medicações?
* Pode-se tomar por muito tempo a mesma medicação?
* Sendo professora, como posso auxiliar os pais de meus alunos a aceitarem o diagnóstico e levarem a sério a utilização da medicação?

Trabalhamos bastante nesse nosso projeto, mas ainda teremos muito o que desenvolver.

Indio

Achei a unidade sobre o índio muito rica. Sempre soube que a forma como trabalhamos o índio na escola é muito superficial e cria uma imagem errada deste povo, mas não tinha idéia de como poderia fazer diferente, afinal, esta era a forma que eu havia vivenciado como aluna na escola. Sabendo que a velha forma de tratar a questão não acrescentava muito aos alunos (cocar e pintura no rosto no Dia do Índio), mas sem saber como fazer de forma diferente, acabava nem trabalhando a questão (afinal, meus alunos eram pequenos e teriam muitos anos para ver a mesma coisa no dia 19 de abril). Porém ao ler o texto e conhecer um pouco mais sobre o índio, consegui elaborar uma forma inteligente de estudar com as crianças o assunto. Conforme escrevi em meu trabalho:
Acredito que uma alternativa interessante de abordagem sobre o tema nas escolas para desmistificar a questão seria um projeto envolvendo toda a escola, onde a cada ano os lunos estudariam uma tribo indígena diferente, seus usos e costumes, identificando ao longo dos anos de estudo as semelhanças e diferenças entre as tribos. Desta forma acabaríamos com a generalização e mitificação em torno da figura do índio, construindo conhecimentos sólidos sobre o assunto.

Fases de Piaget: novas experiências

Este semestre o estudo dos estágios da aprendizagem, segundo Piaget, trouxe para mim uma nova aprendizagem: professora há três anos de crianças com idade entre um e três anos, vi muitas vezes meus alunos passarem do estágio sensório motor para o pré-operatório. Entretanto, minha visão do estágio pré-operatório era limitada, pois eu via apenas o início deste estágio, que se estende por tanto tempo (aproximadamente dos 3 aos 7 anos). Este ano, dando aula para crianças de 5 e 6 anos, pude ver o final deste estágio: representações da realidade e linguagem mais refinadas,
“a criança não consegue converter relações (como na relação direita-esquerda ou da relação ao oeste de...)” que para ela são absolutas, ou seja, a criança não consegue “percorrer um caminho cognitivo (seguir uma série de raciocínios, uma série de transformações num determinado evento, etc.) e então inverter mentalmente a direção, para reencontrar um ponto de partida não modificado” (FLAVELL, 1975, p.161).
Embora seja ainda o mesmo estágio, uma construção enorme foi feita dos 3 aos 6 anos, mas permanece a relação egocentrista com o conhecimento. Ver isto na prática foi uma experiência enriquecedora.

Dilemas éticos

O filme "O Clube do Imperador" traz uma lição importante sobre a ética profissional do professor. Uma cena que me fez refletir muito foi a correção das provas: o professor, sozinho em sua sala, corrige as provas dos alunos, de onde sairão os finalistas para o concurso da escola e modifica a nota de um aluno (que não estaria classificado) na melhor das intenções, pretendendo que o mesmo tome gosto pelos estudos. Ao fazer isto, prejudica outro aluno, que sempre sonhou em ganhar o concurso e, apesar de ter se dedicado, fica de fora da final. Quantas vezes como professor nos damos o direito de decidir a vida dos alunos, ou prejudicamos os bons alunos, tentando conquistar os que não estão interessados na escola. É claro que devemos tentar conquistar estes alunos, tentar trazê-los para nosso lado, mas ao analisar o filme, me dou conta de que usar meu poder de professor me coloca em muitas vezes em um dilema ético, e pela ética, devo ser justa com meus alunos.