O texto de Brandão é emocionate e faz-nos refletir mais um pouco sobre a forma como se deve conduzir a EJA.
(um homem de pouco estudo, falando com outro possuidor de mais estudo)
"A educação que chega pro senhor é a sua, da sua gente, é pros usos do seu mundo. Agora, a minha educação é a sua. Ela tem o saber de sua gente e ela serve pra que mundo?" (Brandão, 1984)
Penso que se pegasse uma turma de EJA antes da interdisciplina deste semestre, correria um grande risco de dar aos alunos a "minha educação", como diz o texto. Não por preconceito, mas por pura falta de conhecimento.
O texto de Brandão nos faz refletir sobre a função da EJA. Se “o primeiro traço cultural relevante para esses jovens e adultos, [é] sua condição de excluídos da escola regular.” (Oliveira, 1999). Temos que refletir muito sobre o que vamos ensinar e como iremos fazê-lo, caso contrário estaremos correndo o risco de esvaziar o propósito da educação e produzirmos na mente deles o tipo de questionamento que o autor relata em seu texto: "esta educação serve para que mundo?"
REFERÊNCIAS
BRANDÃO, Carlos R. A questão política da educação popular. 4. ed. São Paulo: Brasiliense, 1984. p. 7-10.
OLIVEIRA, Marta Kohl de. Jovens e adultos como sujeitos de conhecimento e aprendizagem. Revista Brasileira de Educação, Set./Out./Nove./Dez. 1999, n. 12, p. 59-73.
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