quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

EJA - O que ensinar? Como ensinar?

Durante este semestre pude aprender um pouco mais sobre a EJA. Posso dizer que eu era completamente leiga no assunto - sempre trabalhei com crianças. O contato mais próximo que tive foi através dos relatos do meu mearido, que concluiu seus estudos através desta modalidade.
Desta forma não fazia a menor idéia de como conduzir uma classe de EJA. Já havia lido Paulo Freire, mas para mim tudo parecia muito ideológico, e não conseguia enxergar como funcionaria esta educação emancipadora na prática. Neste sentido as leituras foram fundamentais para mim. Dentre as leituras do semestre, destaco o texto de Hara Regina - Alfabetização para adultos: ainda um desafio - onde a autora fala justamente sobre a aplicação do "Método Paulo Freire"

“Normalmente levados por uma leitura mecânica do chamado Método Paulo Freire educadores de adultos têm aceitado o desafio simplista de, escolhidas determinadas palavras ligadas à realidade do educando, desenvolver processos de discussão e ou aprendizagem que impliquem simplesmente na decodificação de tais palavras e na sua silabação visando à construção de novas palavras. Tais movimentos, além de se tornarem mecânicos (como se o processo de alfabetização fosse um caminho linear de incorporação de novas sílabas ao universo de aprendizagem do educando), acabam não considerando a experiência acumulada por este educando e suas hipóteses a respeito de como tal processo de escolarização se realiza” (Hara, 1992)

Hara propõe que os adultos em fase de alfabetização, assim como as crianças, devem ter a oportunidade de formular suas hipóteses sobre a construção da escrita (retomamos aqui as aprendizagens a respeito de Ferreiro e Teberosky), levando em consideração os interesses e necessidades da faixa etária.

“‘Frases simples’ só com sílabas conhecidas não são necessariamente mais fáceis de ler se pensarmos na motivação que as pessoas tem para extrair algo de significativo do escrito. Manchetes de jornais com fatos importantes do momento são bastante dasafiadoras e fazem convergir muitas informações a respeito da Língua escrita” (Hara, 1992)


REFERÊNCIAS

HARA, Regina. Alfabetização de adultos: ainda um desafio. 3. ed. São Paulo: CEDI, 1992

Um comentário:

Ketlyn disse...

Adorei o seu blog, estou cursando pedagogia , e saiba que através do seu blog você me ajudou bastante com um trabalho.