sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Final de jornada? Apenas de uma etapa dela...

Ao final desta etapa posso olhar para trás e ver o quanto cresci, aprendi, amadureci. Amadureci como estudante, como pessoa, como profissional.
Analisar o blog/portfólio foi maravilhoso pois me deu a noção exata desta caminhada. Ao longo das postagens é possível ver cada passo, cada aprendizagem. Interessante poder ver que ao longo desta jornada muitas das aprendizagens se apoiavam em outras tidas em momentos anteriores no curso. Esta "constatação" pode parecer clichê. Todos sabemos que aprendizagens embasam outras, que o conhecimento vai sendo construído desta forma. Entretanto, penso que poder VER este crescimento, dar-se conta dele na própria trajetória, permite-nos superar o que Vigotsky chama de "comportamento fossilizado". Quando a aprendizagem se torna real, quando o aprendido é por nós incorporado de tal forma que nos parece natural, perde-se a noção de que foi uma aprendizagem e parece que sempre pensamos daquela forma, esquecemo-nos de como pensávamos antes.
Ao mesmo tempo a atividade do blog me permite pensar a avaliação de nossos alunos, pois o blog dá conta exatamente desta nova forma de avaliar - não fazendo "prova", testando se os alunos sabem reproduzir o conhecimento passado, mas olhando para as aprendizagens, olhando para o que antes eu sabia e para o que agora eu sei.
Não estou a dizer que dever-se-ia adotar uma forma de avaliação igual para nossos alunos - "A partir de agora todos devem fazer blog de aprendizagens!" - não é isto... Mas a atividade permitiu ver que é possível encontrar caminhos para o que para muitos ainda é utópico. A partir desta vivência tenho certeza de que todas nós do PEAD incorporamos um pouco disto em nossa prática, ou no mínimo em nosso olhar para o aluno - um olhar investigativo e não um olhar que mensura o conhecimento adquirido.

Reflexões Semestre 9

No último semestre do curso tive o privilégio de poder fazer meu TCC em algo que sempre esteve muito presente em minhas vivências, inclusive no período de estágio. As relações entre professoras e auxiliares (uma realidade de sala de aula completamente do ensino fundamental, cuja maioria das formações para professores não contempla). Já havia observado nos anos de trabalho que tenho na educação infantil que as auxiliares (na rede em que trabalho) ficavam sempre mais envolvidas com as questões de cuidado (higiene e alimentação) e as professoras com "a parte pedagógica". Desvendar esta trama de relações e perceber o por quê destas práticas foi muito significativo, pois aliando estas problematizações a leitura me deparei com coisas que nunca havia imaginado.
Além disto, estudar Foucault quase que de forma independente (pois a compreensão dos conceitos do autor eram indispensáveis para a pesquisa se quisesse utilizá-lo como referencial) me fez ver o quanto a educação a distância me deu independência. O aprendizado durante o curso (de encontrar na internet fontes confiáveis, saber selecioná-las, ir em busca da informação) foi essencial para que isto se concretizasse.
Terminei o semestre com algumas respostas e novas perguntas - felizmente, pois continuar estudando faz parte dos meus planos.

Reflexões Semestre 8

A aprendizagem que regeu o semestre foi a organização do espaço na educação infantil. Pude perceber o espaço como um educador auxiliar (Barbosa; Horn), rompendo com antigos conceitos do espaço como apenas atraente.
Nesta direção, aproveitar todos os espaços disponíveis na escola (internos e externos) foi valiosíssimo. Eu que antes ficava muito restrita à sala de aula e as rotinas pude modificar alguns conceitos. Por falar em rotinas, a leitura do livro de Barbosa durante este semestre (Por Amor e por Força: Rotinas na Educação Infantil) aliada às práticas e provocações da professora e tutora me permitiu ver esta rotina de uma forma mais madura. O conceito de rotina flexível, antes apenas no plano das idéias, nunca vivenciado em todo o seu sentido, finalmente foi vivo para mim, uma vez que durante o estágio me permiti modificar drasticamente algumas rotinas de minha turma para atender as necessidades das crianças. Esta experiência foi libertadora, pois uma vez vivenciado o conceito de rotina flexível, ele se tornou aprendizagem prática.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Reflexões Semestre 7

Muitas aprendizagens no semestre 7.
Iniciando pela EJA (que nunca tive experiência), pude refletir a respeito da alfabetização dos jovens e adultos e do "Método" de Paulo Freire, apoiada pelas aprendizagens de disciplinas anteriores quanto a construção da escrita, compreendendo que esta mesma construção significação dos textos deve ser proporcionada para os adultos. Além disso, repensar o que é significativo dentro de cada cultura, não colocando o academicismo acima da cultura popular (o que para mim sempre foi difícil de compreender)
As aprendizagens sobre Libras foram preciosíssimas e me abriram caminhos para uma construção mais sólida neste sentido. No semestre seguinte tive a oportunidade de trabalhar com uma pessoa surda e solificar as aprendizagens sobre cultura surda e da Libras como LÍNGUA, com regras próprias (e não um Português sinalizado como eu pensava antes da interdisciplina)
A disciplina de Didática (e percebo isto só agora nesta retomada) serviu de apoio para muitas das aprendizagens vivenciadas no estágio (em especial as idéias de Montessori e de Freinet)
Também a disciplina de Linguagem, apoiando-se no já aprendido em Literatura, veio a acrescentar quanto a questão do letramento, da importância do uso da linguagem literária além de me proporcionar pensar a importância da oralidade como forma de pensar (Segundo Vigotsky o pensamento se estrutura através da linguagem) e a possibilidade de produção textual na educação infantil.
Diante de tudo isto, passo a encarar com mais seriedade as propostas na educação infantil (não que eu não tivesse seriedade em meu trabalho, mas muitas vezes esta importancia é diminuída por uma infantilização excessiva das propostas educativas, por pura falta de compreensão das construções feitas nesta etapa)

Reflexões Semestre 6

No semestre 6, novas aprendizagens
A questão da inclusão foi de grande valia para mim. Como não tenho muita experiência com inclusão, aprendi muito e várias inseguranças foram se dissipando: quanto a legislação, quanto a história da educação especial (que é muito recente e por isto a prática está tão aquém do que prega o discurso pedagógico) e quanto a encaminhamentos práticos - em especial a questão do planejamento, que se bem administrado acaba por beneficiar a todos os alunos, já que cada um é diferente.
Na disciplina de psicologia, entre as retomadas de conhecimentos já adquiridos em outras etapas de minha trajetória pude aprofundar meu conhecimento a respeito do método clínico de Piaget e também fazer uma importante construção (casada com a disciplina de filosofia da educação) - a noção construção da moral pela criança.
Ainda em filosofia da educação pude refletir a respeito da questão da ética do professor com seus alunos. Como ´professora de idades tão distintas (bebês e adolescentes) esta é uma questão que me toca muito, pois vejo os adolescentes reproduzirem posicionamentos (tomados pelos professores como falta de respeito) que vivenciaram quando pequenos - e me policio muito (e a equipe que trabalha comigo com os bebês) neste sentido.
Por fim, a disciplina de questões etnico raciais me trouxe um crescimento quanto a valorização da cultura de outros povos - e o trabalho sério que o professor deve desenvolver em sala de aula para não passar uma visão "mitológica" destes para os alunos.

domingo, 7 de novembro de 2010

Reflexões Semestre 5

No 5º semestre, estudando Psicologia da Vida Adulta pude compreender a aprendizagem e as mudanças não apenas na infância, mas durante toda a nossa vida. A teoria de Eriksson foi valiosa e pude compreender melhor a psicologia e a aprendizagem e ver que elas não se fazem só de Freud e Piaget.
Também durante este semestre o trabalho com P.A.'s continuou a estruturar-se em minhas aprendizagens. Inicialmente relacionei o P.A. diretamente com a pesquisa acadêmica. Como já havia feito uma graduação e, consequentemente, um trabalho de conclusão deste curso, vi no P.A. todos os elementos de uma pesquisa acadêmica: problema de pesquisa, certezas provisórias, duvidas temporárias, pesquisa e conclusões. Neste âmbito aprendi de novo o trabalho com mapas conceituais (que me foi muito valioso na estruturação de meu pensamento no TCC do PEAD).
Mas algo diferente estava sendo proposto: utilizar P.A.'s com alunos. Infelizmente, como sempre tive crianças muito pequenas durante o curso, não consegui aplicar estas idéias com alunos, mas confesso que foi muito provocativo. Provocativo porque diferente. Também aí iniciou-se uma construção de conhecimento que vi culminar mais adiante em minhas práticas de estágio: Formas diferentes de dar aula, superação do paradigma da trasmissão do conhecimento...
Também durante o 5º semestre de curso as várias disciplinas que abordavam a questão da escola como instituição (Escola, Cultura e Sociedade; Organização da Escola; Organização e Gestão da Educação; Projeto Pedagógico em Ação) me permitiram uma compreensão mais ampla de meu papel como professora. Passei a me enxergar não apenas como aquela que exerce suas funções exclusivamente na sala de aula, com alunos, com a parte "pedagógica", mas como elemento ativo na escola enquanto instituição. Professora que está a par do PPP, que ajuda a construí-lo, a repensá-lo, a fazê-lo funcionar, a tirá-lo do papel em sua prática docente. Professora que busca se interar da legislação, compreender por que as coisas são do jeito que são, e quando elas não funcionam o que se pode fazer para mudar... Enfim, tive um crescimento na compreensão de minha identidade docente.

domingo, 24 de outubro de 2010

Reflexões Semestre 4

No quarto semestre disciplinas das quais nunca fui muito próxima. Não são as minhas áreas favoritas (falando bem pessoalmente), mas sei da importância delas na aprendizagem - e tenho consciência de que se não gosto muito delas foi porque não consegui quando pequena estabelecer uma boa relação, compreendendo-as de forma significativa para mim. Enfim... Matemática, Estudos Sociais e Ciências:
A tônica deste semestre (e talvez justamente porque em mim esta questão foi mal resolvida) foi a VIVÊNCIA. O professor de ciências enfatizou: "Ciências é uma disciplina em que o aluno já possui conhecimentos oriundos de sua vivência". Temos que aproveitar estes conhecimentos já existentes! Pude desconstruir aquela noção (que penso que adquiri no curso de magistério nível médio) de que em ciências tem que trabalhar "experiências" (aquelas de misturar vinagre com bicarbonato de sódio, etc.) De que adianta misturar elementos se não compreendo a química na minha vida?
Em estudos Socias novamente - vivência: a leitura dos textos me permitiu entender a ordem dos conteúdos que aparecem nas grades curriculares desta disciplina (eu, família, escola, bairro, cidade...). O aluno precisa se compreender como indivíduo, como cidadão e depois ir ampliando o conhecimento a partir do que lhe é próximo - ou seja, logo depois de se perceber, a próxima instância de socialização é a família, depois a escola...
Matemática: Vivência. Como professora de crianças bem pequenas o que me foi significativo foi o que consigo trabalhar com meus alunos - classificação e seriação - na prática: na hora de guardar os brinquedos, ao descrever objetos, etc. No final do semestre anterior tinha participado da pesquisa do Tcc de minha diretora onde através de grupo focal discutimos a matemática na educação infantil. Já a partir dali fui compreendendo o quanto a matemática é prática. Na pracinha a criança aprende a medir o tempo que ela precisa para passar na frente de um balanço em movimento sem que se machuque, ao brincar aprende as coisas maiores e menores através de experimentação (coloca o brinquedo na caixa, experimenta se cabe ou não cabe, com o tempo apenas olhando ela irá saber...)
Enfim, vivência, vivência e vivência...

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Ainda analisando o 3º semestre...

Como ingressei na segunda "leva" do PEAD, meu primeiro semestre foi "diluído" nos demais. Analiso então outras construções do 3º semestre - que penso ter sido muito importanto pois é a partir dele que começo minhas postagens com mais conteúdo, explicitando os argumentos e evidências das aprendizagens.
É no 3º semestre que inicio minhas construções quanto a projetos de aprendizagem. Registro no blog duas postagens a este respeito no período onde percebo o início de uma mudança de pensamento e de uma construção: a possibilidade de aulas mais abertas à pesquisa e atuação direta dos alunos. A primeira postagem é sobre um projeto de Artes (onde começo a me dar conta de que as informações não devem ser "despejadas" mas que se pode dar a oportunidade para os próprios alunos buscarem. A segunda postagem já marca um redirecionamento ainda mais importante - aprendizagens sobre o uso das Arquiteturas Pedagógicas - onde começo a ter contato com idéia da descentralização do ensino da figura do professor.
Estas aprendizagens, aliadas às reflexões do mesmo período a respeito da forma de avaliação no PEAD (o blog, onde é o aluno que fala o que aprendeu) e sobre a educação à distância são o início de uma aprendizagem muito importante que vejo se consolidar, culminando no final do curso com meu estagio - possibilidades mais concretas de descentralização do ensino da figura do professor, alternativas ao problema da prática empirista da transmissão de conhecimento.
Fantástico poder analisar esta trajetória.

domingo, 19 de setembro de 2010

Conceitos - semestre 3

Dando continuidade à retrospectiva de minhas aprendizagens, dedico esta postagem a retomar alguns conceitos adquiridos durante o 3º sem do curso que realmente foram importantes para mim, modificando minha prática docente e forma de pensar.
Na disciplina de literatura infantil posso identificar vários redirecionamentos no meu pensamento. Sobretudo o que mais me marca é o registro sobre a qualidade dos textos. Após aquela riquíssima disciplina minhas contações de histórias para os bebês e crianças pequenas da escola infantil em que trabalho contemplam mais textos voltados à faixa etária e com leitura na íntegra. Antes eu apenas mostrava as figuras e "abreviava" a história, contando com minhas palavras ou comentando as figuras. Também faço isto ainda (até porque a quantidade de livros direcionados aos pequeninos não é muito grande), mas estou sempre em busca de histórias voltadas à faixa etária e consigo alternar as duas formas de contar, assegurando o contato não só com o livro/objeto, mas com a linguagem literária, que é completamente diferente da linguagem do dia-a-dia.
Também a disciplina de música marca a minha trajetória com redirecionamentos. Apesar de ter conhecimento anterior (pois havia cursado alguns semestres de música na UERGS) a disciplina do PEAD fez-nos refletir sobre a construção do "gosto musical" e do quanto a mídia influencia isto. Depois desta discussão, entendo a "falta de gosto" de que tanto nos queixamos (não quero parecer preconceituosa...) de outra forma. Empenhar-se em procurar outros gêneros, outras músicas, e à medida que as crianças conseguem ir fazendo uma escuta apreciativa, comentar sobre o que se ouve, é necessário para desenvolver o senso crítico, e não apenas "engolir" o que a mídia nos empurra. Não é simples, mas é nosso trabalho como professores contribuir com a educação musical de nossos alunos, tão esquecida na escola hoje.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Iniciando a retrospectiva...

Vai dar um trabalho danado, mas é muito interessante a proposta do Seminário Integrador para este semestre. Hoje me dediquei à leitura do material de meu primeiro semestre de curso (que na verdade é o semestre II, já que ingressei na segunda "leva" do PEAD). Tive que ir até o meu primeiro blog, antes do "peadportfólio" (pois o Portfólio de Aprendizagens foi introduzido somente no semestre 3) Em meu primeiro blog a primeira coisa que observei foi a diferença entre as postagens antigas e as atuais. Antes do trabalho do seminário integrador no 3º semestre sobre as postagens a respeito de APRENDIZAGENS, minhas postagens eram sobre assuntos gerais, coisas que me chamaram a atenção naquele período em que devia realizar as postagens, mas não sobre aprendizagens geradas pelas interdisciplinas. Para resgatar verdadeiramente estas aprendizagens precisaria retornar ao webfólio do Rooda e relembrar os trabalhos das interdisciplinas. Hoje, depois do trabalho com o blog/portfólio durante todo este tempo, consigo perceber a importância desta atividade que realizamos.
Lembro que no início do semestre 3, quando foi lançada a proposta do portfólio (e durante alguns semestres que se passaram, até que conseguisse compreender esta importância) eu achava muito chato ter que ficar "pensando o que eu aprendi". A exigência de uma postagem semanal soava como se tivesse que ficar "inventando" coisas aprendidas. Na verdade não existia um costume de pensar sobre as aprendizagens adquiridas. Em toda minha trajetória como estudante (no ensino fundamental, médio e em meu primeiro curso de graduação antes do PEAD) a sistemática era ler, resolver exercícios, fazer provas... O cérebro "deletava" as informações desnecessárias (ou "arquivava" as não usadas) mas nunca havia feito o exercício de pensar sobre o que determinado texto modificava em meu próprio pensamento, em minhas estruturas cognitivas. Vejo que neste sentido aprendi muito durante o curso. Aprendi uma nova forma de estudar e de aprender.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Relacionando aprendizagens

Hoje, durante um trabalho com meus alunos da 7ª série recordei-me de alguns conceitos vistos na disciplina de linguagem. Estava trabalhando com eles a a mitologia grega através de teatro - componente curricular da 7ª série em Campo Bom. Havia dividido eles em grupos e entregue textos da mitologia (para cada grupo uma história diferente) já tinha dado uma aula para ensaiar e outra para construir cenários e materiais que precisariam para apresentação e fazer as últimas combinações - hoje foi o dia da apresentação.
Filmei as apresentações. Durante a mesma pude constatar quanta dificuldade eles tem em dramatizar. Lembrando das leituras sobre os gêneros textuais pude compreender esta dificuldade deles como uma dificuldade em migrar da linguagem do texto escrito para a linguagem teatral. O texto tem sua riqueza de detalhes a fim de trazer para o campo da linguagem escrita aquilo que acontece no real, a fim de que lendo possamos imaginar. Assim, em um texto que é transformado em teatro, muitas dos detalhes perdem sua necessidade, já que devem ser REPRESENTADOS no real. A dificuldade dos alunos é justamente abandonar a riqueza de detalhes do texto e transformar em riqueza de detalhes na ação. Isto envolve não só uma compreensão da linguagem teatral, mas também uma compreensão da função da linguagem textual.
A partir daí, quero fazer um trabalho em conjunto com a professora de Língua Portuguesa. Pensei que poderia realizar o processo contrário para ajudá-los a compreender isto: filmar pequenas situações cotidianas deles e fazer com que transformem em pequenos trechos escritos, com riqueza de detalhes, a fim de compreenderem que o texto deve ser rico em função da ausência da ação (o texto deve fazer-nos recriar a ação em pensamento, sem te-la visto), e o teatro deve ser rico em ação (o teatro feito a partir de um texto não deve ser feito essencialmente de narração).

sexta-feira, 4 de junho de 2010

TCC?

Prossigo com minhas leituras. Tenho descoberto um novo mundo ao pensar a organização dos espaços na educação infantil e lamento estar vendo sobre isto apenas no final do curso - que foi bem mais direcionado para o ensino fundamental.
Depois de todos os avanços e mudanças no espaço de minha sala, as leituras novamente me provocaram a repensar o que - até então - parecia que estava tão perfeito... Apesar de oferecer inúmeros desafios aos bebês, Horn alerta para as idéias focaultianas sobre o espaço da escola a respeito do Panoptico de Benthan
"Penso que a organização do espaço físico em cantos, em zonas semi-abertas, possa constituir-se para alguns educadores como uma forma de controle através de arranjos espaciais, pois o professor observa e controla todas as ações das crianças sem ser o centro da prática pedagógica. O que quero dizer é que o simples fato de organizar a sala de aula dessa forma não garante uma atuação descentralizada por parte do adulto e, consequentemente, a construção da autonomia pela criança." (HORN, 2004, p.25)

Pude olhar a minha sala de uma forma diferente a partir da leitura e voltar a repensar a organização do meu espaço, esbarrando novamente na construção da da autonomia (já pensada - mas não resolvida - quanto ao uso dos brinquedos no berçário, ficando ao alcance das crianças)

Paira a preocupação de garantir um espaço seguro às crianças, propiciando a construção desta autonomia - questão ainda sem resposta para mim.

Sinto-me desafiada a estudar mais sobre o assunto. Seria o ponto de partida para meu TCC?

REFERÊNCIAS:

HORN, Maria da Graça Souza. Sabores, cores, sons, aromas: a organização dos espaços na educação infantil. Porto Alegre: Artmed, 2004.

sábado, 29 de maio de 2010

Educação como um todo

Esta semana foi de muitas leituras e, consequentemente de reflexões. Semana passada fui a um aniversário de uma colega do meu marido e a conversa que tivemos lá vem me "incomodando" desde então. Conversávamos em um grupo bastante heterogêneo: eu professora, meu marido - que trabalha em uma fábrica e está iniciando um curso de licenciatura, o irmão da aniversariante que cursa administração e outros três colegas de trabalho de meu marido - duas mulheres e um homem - que trabalham em fábrica de calçado e tem o ensino fundamental completo.
Começaram a falar sobre política. Fiquei chocada com a noção de política que as pessoas que não tem tanto estudo possuem. "eu não vou votar no fulano porque quando eu precisei dele ele não me ajudou. Eu precisava de creche pra minha filha e ele não me deu". - foi a fala de uma delas. O outro, falava sobre a quantidade de imposto que se paga aqui no Brasil, comentando que trazia coisas do Paraguai por encomenda. "Tem que diminuir o imposto. A gente paga muito imposto. Como é que em outros países não se paga tanto?". Comentei que na verdade o problema maior não é o imposto que pagamos, mas não termos retorno deste imposto, falando que em países mais desenvolvidos paga-se bastante imposto mas tem-se um sistema de saúde público bom, a educação é boa... O estudante de administração manifestou-se com a mesma opinião, perguntando como era o Paraguai. O outro então respondeu "aquilo é uma porquice. Lá é tudo sujo", mas completou dizendo "mas tem que cortar o imposto daqui".
Mais um pouco e o estudante de administração nos deu uma lição sobre juros, inflação, lei da oferta e da procura, falando sobre a expansão da classe baixa e quanto esta classe tem gastado, prejudicando a economia do país (muita procura - mais inflação) e do quanto , apesar da classe mais baixa estar ganhando um pouco mais, ainda se gasta mais do que se ganha.
Fiquei pensando o quanto as pessoas não compreendem que a forma como se gasta o dinheiro não é apenas um problema individual, mas coletivo. E o quanto as pessoas ainda não tem noção de que a politica não é para defender interesses individuais, mas coletivos (o critério de voto ser conseguir ou não a vaga na creche...).
Passei então a refletir sobre a educação política do nosso país. Nas escolas nao ensinamos como lidar com dinheiro, como funciona a economia, o que é política... Muitos dos nossos alunos não chegam nem a cursar o ensino médio, que dirá uma faculdade. Onde eles aprenderão sobre estas coisas? A política, aliás, deveria ser ensinada desde a educação infantil, já que não se aprende política falando sobre ela, mas vivenciando relações de justiça, de pensamento no bem estar coletivo, de discussão sobre as decisões que envolvem o grupo, etc.
Reproduzimos o que vivenciamos, e não tenho visto na escola experiências que propiciem uma educação política adequada. Ao contrário, temos imposto as coisas a nossos alunos. De que forma modificar a política em um país se não educamos para isto. Com todas estas questões tenho repensado minhas práticas na escola fundamental (pensando o que posso fazer com meus alunos), e quero levar a discussão para a escola infantil (como atuo com berçário, em minha turma especificamente não há muito o que fazer - estou iniciando um trabalho de utilização autônoma dos materiais, mas é isso...), mas penso que os discursos dos adultos envolvidos na educação devem passar por uma peneira, tendo estas questões em mente.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Portfólio de Aprendizagens

Acho que finalmente consegui compreender a importância do portfólio de aprendizagens (no final do curso... que vergonha!). Dia destes, enquanto dirigia, estava pensando em uma das aprendizagens que registrei em meu portfólio (sobre o trabalho a experiência sensorial com os cheiros) e sobre o quanto aquilo havia sido significativo para mim. Comecei a refletir sobre meu estágio, sobre o conhecimento que eu possuia sobre a faixa etária com a qual trabalho, e me questionava: "em que momento aprendi isto?", pois há concepções que parece que temos desde sempre, mas na verdade não foi sempre assim... Me lembrei da percepção que tive sobre a pós graduação em Psicopedagogia Institucional que fiz, que considerei como fraca (talvez preconceito por ser à distância, mas um à distância bem diferente do PEAD - eram videoaulas), e e lembro de comentar com minhas colegas, depois da prova final do curso, que os conhecimentos que eu tinha adquirido não foram no curso de Psico, pois enquanto eu fazia a prova me lembrava de coisas que tinha aprendido no curso da Feevale, na UFRGS, na UERGS... Hoje, refletindo sobre isto, consigo entender que, como sempre estudei várias coisas ao mesmo tempo (desde o tempo do Magistério - fazia Magistério e tecnico em Música, depois fiz Artes na Feevale e Música na UERGS ao mesmo tempo. Quando terminei o curso de Artes iniciei a Pedagogia enquanto ainda fazia Licenciatura em Música, daí tranquei a Música e fiz Psicopedagogia e Pedagogia concomitantemente...), não havia como separar - isto aprendi na Feevale, isto aprendi na UFRGS, isto na UERGS... as aprendizagens se fazem das reflexões provocadas pelo nosso entorno. Não posso dizer que não aprendi muita coisa no curso de Psicopedagogia, apenas não me lembro quais foram as aprendizagens daquele período, mas elas hoje fazem parte da profissional que sou e de tudo o que penso sobre a educação. O Portfólio de aprendizagens ajuda a situar nossa caminhada enquanto estudantes. Ao lê-lo nos damos conta de como pensávamos e como passamos a pensar.
Esta semana, em visita a casa da minha mãe, encontrei uns cadernos velhos do Magistério (didática da linguagem), e fiquei fascinada ao poder mergulhar, lendo o que havia escrevido, no meu crescimento. Foi impressionante ver a adolescente aspirante a professora que fui - com minhas concepções pedagógicas pouco aprofundadas - e comparar com a profissional que hoje sou. Lamentei não ter aprendizagens registradas em meu portfólio a respeito de todas as disciplinas do PEAD.

EM CONSTRUÇÃO

terça-feira, 18 de maio de 2010

Estágio, registros, reflexões...

Estou encantada com meu estágio. Por mais que habitualmente, enquanto professora, o planejamento e a reflexão seja uma prática já conhecida, fotografar as atividades tem sido uma experiência e tanto. A memória é algo que funciona muito melhor se encontrar pontos de apoio. Olhar as fotografias tiradas durante a semana facilita e enriquece a reflexão do trabalho realizado. Só que isto não acontece com qualquer foto. Como a maioria das fotos é tirada por mim (só peço ajuda das auxiliares quando tirar a foto atrapalha minhas intervenções), procuro clicar as descobertas, não são simples fotos, são momentos únicos. A partir desta prática pode-se inclusive pensar em um portfólio de aprendizagens para as crianças do berçário (que em minha opinião não encontra muito sentido em "trabalhinhos", já que nesta fase a descoberta não está no que fica no papel, mas na ação). Clicar o momento exato de uma descoberta não tem preço.
No caso desta reflexão, imagens valem mais do que mil palavras...

L* Analisando a fotografia impressa de uma criança. Descobrindo que imagens de pessoas podem estar no papel, e não apenas na realidade.





















L* Analisando as propriedades do material: mole, morno, grudento...















L* Testando as propriedades elásticas do material (o bambolê com as tiras de celofane, preso ao teto por um elástico grosso foi puxado por ela até chegar a sua boca) o sabor e a dureza do que analisava

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Práticas de letramento

Provocada pela atividade de recuperação da disciplina de Linguagem e Educação, me dei conta de que, apesar de meus alunos estarem sensíveis à propostas de letramento mesmo com sua pouca idade, tenho me concentrado em outras àreas em meu estágio (também importantes) e deixado as práticas de letramento um pouco de lado. A atividade serviu-me de alerta para repensar esta questão, redirecionando em alguns aspectos meu planejamento.

Novos cheiros... mais baratos e com mais funções

Esta semana fiz uma atividade de experiência sensorial intensa. Os alunos lambuzaram-se bastante explorando o material (potes com papas de água e amido de milho e diferentes essências). Comprei corantes e essências comestiveis para colocar na papa, mas a vendedora tinha me dito que a essência era apenas para dar gosto (por isto não tinha comprado para a atividade anterior). Entretanto, quando coloquei na papa, o cheiro apareceu... Uma outra opção mais barata ao óleo essencial, com o bônus de poder ir à boca e ter gosto caracteristico.

sábado, 1 de maio de 2010

Exploração dos materiais

Durante esta semana trabalhei com os móbiles interativos. De segunda a quinta coloquei coisas diferentes, cada dia era uma novidade e a exploração dos materiais foi intensa. Na sexta-feira coloquei alguns exemplares de tudo que foi oferecido durante a semana e apesar de acontecer, a interação com os materiais foi bem menos ativa, afinal que tudo que estava ali não era mais novidade.

Com meus três anos de Maternal 1 tinha perdido a empolgação de confeccionar materiais pois o que eu oferecia era explorado de forma tão intensa que eles estragavam nos primeiros minutos. Minha experiência no M1 já tinha me proporcionado o aprendizado de que não adiantava pedir para cuidarem para não estragar, ou limitar a forma de brincar, tinham que explorar (às vezes via as tias com uma preocupação em não estragar o material...). Já havia me conformado de que estragar fazia parte, mas nunca havia vivenciado a experiencia do após a exploração com o material ainda inteiro.

Desta forma, antes da experiência desta semana não tinha me passado pela cabeça deixar um móbile destes fixo na sala por achar que ele logo estragaria, ou sairia briga, ou os bebês não iam sair de perto. Pude ver que isto só ocorre na exploração inicial... Da mesma forma, as crianças do M1 também cessariam sua curiosidade inicial (se os brinquedos oferecidos tivessem a resistência necessária).

Como coloquei no meu wiki, quando fizer os recantos em minha sala quero colocar um ou dois destes móbiles em um canto da sala, a fim de proporcionar mais uma opção de espaço para brincar às crianças que passam tantas horas em um mesmo lugar (em um canto, sem perder de vista o que falei sobre a poluição visual)

Poluição Visual

Achei riquíssima a experiência com os bebês dos móbiles interativos, mas assim como o colocação dos móbiles por toda a sala causou uma modificação temporária prazeirosa, a retirada dos móbiles após cessar o interesse também foi importante. Adoro ouvir música na sala e tenho o cuidado de variar bastante o repertório, mas trabalho com minhas auxiliares algo que aprendi no curso de música: só existe música onde existe silêncio. No meio de barulho, música é só mais um ruído. Assim, cuido para que, quando está tudo muito tumultado, choros, irritação, ou mesmo muita conversa das auxiliares, desligo o som. Quando desligo vem aquela sensação de alívio.
Esta mesma sensação pude perceber ao retirar os móbiles. O trabalho com eles foi maravilhoso, mas, chegada a hora do almoço, as crianças já estavam cansadas, irritadiças, e o interesse pelos móbiles já havia cessado. A modificação do espaço novamente, causou uma sensação de "limpeza do ambiente", trazendo novamente a calmaria. Achei interessante pois na hora relacionei com a "poluição sonora" que tanto falo para minhas auxiliares.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Experiências sensoriais

Depois de olhar meu planejamento da terceira semana de estágio, onde inclui a exploração da visão e da audição com os bebês, a professora Gládis me sugeriu explorar também o olfato, muito esquecido na Educação Infantil. Sugeriu que eu pingasse essências nos objetos a serem explorados pelos bebês. Confesso que ao receber a sugestão resolvi incluí-la no planejamento mais para satisfazer a vontade de minha supervisora de estágio do que por empolgação própria, ou entendimento da importância deste trabalho. Hoje quando fui comprar as essências, ao cheirá-las, tudo mudou.
Depois de ir a alguns lugares sem encontrar, fui a uma farmácia de manipulação e a vendedora me ofereceu algumas opções. Primeiro me mostrou uns sachês (que originalmente serviriam para perfumar guarda-roupas, gavetas e coisas do gênero). Achei os cheiros muito parecidos (dava pra sentir a diferença entre um e outro, mas eles não contrastavam). "Olhei" (na verdade cheirei) os óleos essenciais (servem para ser aquecidos com água em aparelho próprio e perfumar o ambiente, mas posso pingar gotas do óleo em brinquedos que o absorvam. Cheirei um a um e fiquei fascinada com os cheiros diferentes (estes sim contrastavam). Tinha vontade de cheirar tudo de novo... Alguns cheiros traziam lembranças de coisas, de épocas, enfim, é uma experiência que é dificil explicar com palavras, foi muito sensorial. A partir daí percebi a importância de proporcionar esta experiência aos meus bebês (fiquei realmente com vontade de dividir este "prazer" com eles)afinal também construimos conhecimento sobre os cheiros...
Depois disso vou inclusive adotar este trabalho como prática. Comprei quatro essências (não eram muito baratas)e quero ir comprando mais aos poucos(talvez uma a cada mês...)para proporcionar variedade de cheiros a serem explorados. Surgiram muitas idéias...

domingo, 25 de abril de 2010

Mexendo com as dinâmicas da escola...

Esta semana visitei outras turmas na escola, uma "inovação", já que esta é uma prática que nunca aconteceu lá. Esta pequena ação em meu planejamento já provocou reações: uma das professoras cuja turma visitei já disse que irá visitar minha sala com seus alunos um dia destes. As tias do Maternal 1, que foram à nossa sala em um dia de chuva adoraram a possibilidade e manifestaram interesse em repetir a experiência. Percebi que, querendo variar as possibilidades dos meus bebês, apresentei às outras turmas uma altenativa à monotonia das semanas de chuva (que são bem estressantes para as crianças que vão ao pátio todos os dias quando há sol). Quando a escola era menor (até a metade do ano passado) nas semanas em que chovia muito tentávamos variar indo para o saguão ou para a sala de tv(que, apesar de ter um cronograma dava-se um jeitinho pois as turmas eram de idades diferentes e tinham rotinas diferentes), mas eram dois espaços para 6 turmas. Agora são 10 turmas, e o cronograma da sala de tv é seguido à risca, sobrando apenas o saguão. Acho que acabamos de descobrir uma alternativa interessante para variar o repertório de espaços. Podemos trocar de sala vez ou outra ou usar uma sala com duas turmas brincado juntas.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Jogo Simbólico

Presa às "convenções" de desenvolvimento/faixa etária, considerava que todos os meus alunos estavam em estágio sensório motor. Ao proporcionar o contato com os outros ambientes, na sala do Maternal 1 utilizamos os brinquedos deles e fiquei surpresa e encantada ao ver uma de minhas alunas, de um aninho recém completo, pegar uma boneca no colo e naná-la (jogo simbólico). Me dei conta da importância de oferecer bonecas aos meus bebês (e outros materiais que possibilitem jogo simbólico, mas a boneca em especial eles relacionam com eles mesmos), pois os que ainda estão no estágio sensório motor precisam deste estímulo e da brincadeira com o adulto significando este jogo, para desenvolverem este aspecto.

Muitas aprendizagens sobre o uso do espaço

Como relatei em meu wiki,"esta semana para mim foi de rompimento de barreiras. Rompi as barreiras da utilização do espaço da escola, descobrindo o quão rica pode ser a escola no sentido de proporcionar opções de oferta de espaços para brincar." Sempre restrita à minha sala e às dificuldades de deslocamento dos bebês, não havia me dado conta de quantos espaços poderiam ser proporcionados dentro da escola. É verdade que não conseguimos ficar muito tempo neles em função da rotina apertada, mas a concentração dos bebês é limitada mesmo, e os minutos que ficamos em um espaço diferente foi riquíssimo para eles. É difícil sim deslocá-los todos os dias (esta semana como muitos estavam doentes estávamos com uma média entre 10 e 12 crianças), mas mesmo com a turma completa, irei pensar em fazer esta oferta pelo menos uma vez por semana (ou duas, uma pela manhã e outra à tarde). Voltando às aprendizagens da aula presencial com a professora Gládis "as crianças precisam ter opções, uma vez que passam muitas horas por dia no mesmo ambiente"

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Clareando as idéias

A aula presencial foi esclarecedora. Estava com muitas dúvidas quanto ao estágio. Se não ia fazer uma arquitetura pedagógica (impossível com os bebês) o que seria o meu projeto? O que ia ter de diferente do que eu já fazia? Que "inovação" eu iria realizar?
Quando a professora Gládis propôs a modificação dos espaços e a reflexão sobre o funcionamento das rotinas abriu-se um leque de possibilidades em minha cabeça. Repensar o que até então parecia inquestionável, fora de cogitação. Incrível como algo que parece tão obvio, tão simples, nem nos passa pela cabeça quando estamos "presos" nas rotinas.

sábado, 3 de abril de 2010

Aperfeiçoando os vídeos

Continuando com minhas idéias "mirabolantes", depois de colocar o mapa da minha escola, queria inserir alguns vídeos no wiki para demonstrar a distância da minha sala para os outros espaços da escola, e queria fazer um vídeo onde aparecesse o deslocamento (da minha sala ao solário, da sala ao pátio e da sala à sala de atividades) e ao mesmo tempo o deslocamento dentro do mapa da escola. Com os recursos limitados do Windows MovieMaker não foi possível fazê-lo (cheguei a tentar, mas o programa dá poucas possibilidades). Voltei a recorrer ao meu sempre disponível e querido irmão, e ele me indicou o Adobe Premiere Pró. Instalei no meu PC e ele me ajudou a fazer o primeiro vídeo. Como já tinha mexido com Photoshop (que assim como o Premiere também trabalha com "camadas", embora o photoshop trabalhe apenas com foto) e tinha alguma noção de edição de vídeo pelo Movie Maker, consegui fazer os outros dois vídeos com certa facilidade.
Este não deu pra fazer tutorial. "Me virei" no programa, dentro das minhas necessidades, mas com certeza ele tem muito mais a oferecer. Ah, e deixa o MovieMaker parecendo brincadeira de criança, hehehe. O resultado pode ser visto no meu wiki de estágio ou no YouTube (trajeto1, trajeto2,trajeto3)

Inserir links em imagens

Para incrementar minha página no wiki tirei várias fotos da minha sala de aula e construí uma planta baixa no paint, mas queria inserir as imagens em forma de hiperlink. Incialmente escrevi um texto falando sobre minha sala e fui linkando as fotos na palavras (berços, armário, tapete, etc.), mas o que queria mesmo era algo mais interativo, onde o visitante pudesse clicar nos diversos itens na própria planta e ver as imagens. Pedi uma ajudinha via msn ao meu irmão mais novo (que é programador - 20 aninhos, e muito bom no que faz, que orgulho!), e ele foi me explicando (o que não consegui entender bem ele explicou presencialmente no dia seguinte) e acabei conseguindo concretizar minha idéia. Um pouco complicado no início, mas depois que entendi a lógica tirei de letra. Para não "perder" esta aprendizagem (pois o que a gente não pratica com frequencia acaba esquecendo...) e se algum colega quiser se aventurar, criei um tutorial no meu wiki antigo.

segunda-feira, 29 de março de 2010

Idéias Iniciais

Estava aguardando as primeiras orientações para o estágio, mas devido às "provocações" (no bom sentido, é claro) das tutoras resolvi arriscar expôr minhas primeiras idéias no wiki. Fico um pouco temerosa pois não sei até que ponto é isto que se espera de meu estágio no Berçário, mas são minhas idéias iniciais de como utilizar as tecnologias com esta turma.
Enfim, depois das orientações poderei reorganizar meu projeto, indico apenas um "ponto de partida" do que penso ser possível realizar.

terça-feira, 23 de março de 2010

Utilizando os conhecimentos adquiridos

Iniciando as atividades do semestre, fiquei muito feliz de poder utilizar os conhecimentos que adquiri durante o curso. Para apresentar a minha escola e a minha turma inseri mapas do Google Maps e plantas baixas da escola e da minha sala construídas no computador. Meu wiki ficou bem ilustrado, traduzindo a minha realidade aos visitantes do meu espaço virtual. O aprendizado do uso das tecnologias foi algo inovador nesta formação que é o PEAD.

domingo, 21 de março de 2010

Iniciando o semestre

Inicialmente gostaria de dizer que estou MUITO feliz por poder terminar este curso. Estamos na reta final e pretendo trabalhar duro neste semestre. Mas como disse aos professores, prefiro não fazer muitas promessas e mostrar o meu trabalho...

Estou um pouco ansiosa para receber as primeiras orientações sobre o estagio e o planejamento em si de meu projeto, afinal, ele não seguirá a mesma linha de trabalho da maioria das colegas, já que irei fazer na Ed. Infantil. Tenho algumas idéias e fico ansiosa para saber até que ponto elas são "aproveitáveis" para a concretização do estágio.

Já criei minha página no pbworks e, apesar de ter feito a anterior já há bastante tempo não tive dificuldades (até ajudei uma colega a criar a dela no dia da aula presencial). Não fosse minhas dificuldades com minha camera digital eu diria que já estou "dominando" as tecnologias, hehehe. Meu computador está um pouco rebelde e não reconhece minha camera, portanto ainda não consegui inserir o vídeo. Resta saber se o problema é o sistema operacional ou o operador do sistema, rsrsrs


sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Portadores de texto

Embora eu não alfabetize, achei sensacionais as considerações de Betolila e Soares a respeito da importancia dos diferentes tipos de texto. É logico que já sabia sobre a importância de proporcionar às crianças o contato com textos ricos e significativos. Entretanto achava que isto bastava. As autoras ressaltam a importância de oferecer também os textos simples

“A descoberta do princípio alfabético demanda a manipulação de segmentos curtos e cuidadosamente escolhidos para permitir que o aluno perceba as unidades distintivas na fala e na escrita. A tomada de consciência da diversidade de textos e suas finalidades demanda, ao contrário, textos ricos, autênticos e socialmente significativos” (Betolila; Soares, 2007)

Desta forma é possível contemplar alfabetização e letramento, sem esvaziar o significado de um ou de outro.

Leitura na educação infantil

A leitura sim, já havia pensado na educação infantil, entretanto a leitura mais livre, onde damos um livro para a criança para que ela leia (geralmente baseada nas figuras). Embora seja esta também uma atividade de letramento (pois auxilia as crianças a entrarem em contato com a leitura de histórias), as possibilidades da leitura na educação infantil não se encerram por aí.
Cuquerella, em seus relatos de aula com crianças entre 4 e 5 anos relatou uma experiência de leitura que achei fantástica pois, assim como ela, nunca tinha cogitado esta possibilidade.
Em uma de suas aulas estavam fazendo um texto coletivo (uma carta para uma amiga), as crianças ditavam e ela escrevia, depois lia para ouvirem a construção do texto que tinham criado. Ana Teberosky, ao assistir a aula, sugeriu que ela deixasse as crianças "lerem". Para a sua surpresa elas lembravam com detalhes o que tinham ditado e conseguiram ler a carta. A atividade segundo a autora, auxilia as crianças na construção de suas hipóteses sobre a escrita, uma vez que proporciona verificarem a correspondencia entre o que ditaram e o que está escrito.

“As possibilidades de realizar atividades concretas e os conhecimentos que as crianças têm são geralmente superiores às nossas previsões. Dado que o papel da escola é ampliar e servir-se dos conhecimentos que as crianças já têm, torna-se evidente que devemos viver todas as situações e usar todos os recursos que nos são apresentados, e não descartá-los jamais por condicionantes como idade” (Cuquerella, 1990)


REFERÊNCIAS

CUQUERELLA, Marta. Documentos de classe. In: TEBEROSKY, Ana. CARDOSO, Beatriz (org.) Reflexões sobre o ensino da leitura e da escrita. São Paulo: Ed. Trajetória Cultural, 1990. p. 65-100


Produção textual na educação infantil

Nunca tinha pensado a produção textual na educação infantil por um fato que para mim parecia obvio: as crianças não sabem escrever. Entretanto, nas leituras do semestre pude ver que, nesta etapa podemos sim trabalhar a produção textual, mas na oralidade.
Construir um texto oral é diferente de simplesmente falar porque exige planejamento. Este planejamento, uma vez dominado na oralidade, servirá como ferramenta valiosa na construção dos textos escritos mais tarde, quando a criança estiver nesta etapa.

Letramento: escrita x oralidade

Achei muito interessante a forma como Kleiman fala sobre a questão da oralidade e da escrita. Ao colocar oralidade e escrita não apenas como recursos, mas como forma de pensar, o conceito de letramento adquire outra importância.
Kleiman defende que, para os grupos não letrados (que não utilizam-se culturalmente da escrita ou que não o fazem por não saber escrever) a oralidade é uma forma de pensamento. Eles pensam com a lógica da oralidade, enquanto o grupo letrado pensa com a lógica da escrita. De acordo com Kleiman

"uma diferença maior entre os dois modos de pensar retoma a tese da abstração, pois nos grupos orais predominaria o pensamento situacional e operacional, que para Ong é minimamente abstrato (ou seja, é abstrato ape­nas na medida em que toda conceitualização é de fato abstrata) enquanto que os grupos que dominam a escrita utili­zariam uma lógica abstrata, livre de considerações contex­tuais na realização de diversas operações cognitivas." (Kleiman, 2006)

Desta forma, não ser letrado não implica apenas em não compartilhar da função social da escrita, mas estar aquém das expectativas cognitivas do grupo que domina a escrita.


REFERÊNCIAS


KLEIMAN, Angela B. Modelos de letramento e as práticas de alfabetização na escola. In: KLEIMAN, Angela. Os significados do letramento: uma nova perspectiva sobre a prática social da escrita. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2006. p. 15-61

Alfabetização na escola... letramento?

Já tinha ouvido falar anteriormente em alfabetização e letramento em outra interdisciplina em semestres anteriores, entretanto adquiri novas aprendizagens quanto a esta questão. Um dos textos trabalhados na disciplina de Linguagem e Educação durante o semestre falava do letramento que a criança adquiria na família. Chamou-me a atenção a diferenciação que a autora fez entre o tipo de letramento adquirido na família em cada classe social: enquanto nas classes mais altas (onde os pais tem curso superior) as perguntas sobre as histórias são bastante exploradas, na classe média elas restringem-se a aspectos mais concretos. Não são feitas por exemplo relações entre eventos da realidade e histórias infantis (como: "Olha o que a fada madrinha trouxe hoje!" fazendo uma relação com um texto escrito, o conto de fadas). Segundo Kleiman "o adulto reconta de maneira simplificada as estórias dos livros, in­troduz informações discretas sobre a escrita, como nomes das letras, números, cores, e nomes de objetos familiares através de perguntas. A criança responde, "lê" o material aos adultos, memoriza trechos. Não há, no entanto, pergun­tas ou explicações analógicas que relacionem as semelhan­ças e diferenças existentes entre as figuras bidimensionais e os objetos reais, não havendo, assim, uma transferência da compreensão da escrita, das atividades realizadas e das habilidades desenvolvidas durante o evento de letramento para outros contextos."(Kleiman,2006)
A autora relaciona estas diferentes interações, os diferentes níveis de letramento proporcionados em casa com o sucesso ou fracasso escolar, afirmando que a escola não cumpre o seu papel de "letrar" as crianças cujo oportunidade não foi concedida em casa.
A respeito disso, passamos a ver a importância que possui um trabalho de letramento na escola.

Freinet

Interessante como recursos que hoje nos pareçam tão banais foram propostos um dia por um educador que está na história. Sim, porque estes recursos já foram tão utilizados por nós que parece-nos até que existem desde sempre. Entretanto a aula-passeio e o jornal escolar foram propostos pela primeira vez por Freinet.

Montessori

As contribuições de Maria Montessori são inestimáveis para o mundo da educação. Para mim, que atuo com a educação infantil, pensar as suas propostas foi estimulante. A idéia de um mobiliário de acordo com o tamanho das crianças e os materiais pedagógicos ao alcance delas. Parece banal, mas isto favorece a autonomia das crianças de uma forma impressionante... Nas escolas de educação infantil (pelo menos nas que trabalhei) o material só ficava ao alcance das crianças nas classes de 4 e 5 anos. Antes disso tudo no alto, para eles não bagunçarem. Penso que não é tarefa fácil trabalhar a autonomia desde os primeiros anos, mas as crianças só teriam a ganhar com o material a seu alcance desde cedo.

Escola Nova

Devido ao que estudei no curso de Artes tinha um pouco de preconceito com o movimento da Escola Nova. Isto porque nas Artes este movimento contribuiu para um esvaziamento progressivo dos conteúdos devido “liberdade de expressão” que propunha aos alunos. Enfim, é uma longa história. Porém pude perceber que, se para as Artes o movimento da Escola Nova não foi assim tão bom, para a Pedagogia foi um marco na forma de ensinar/aprender. Foi a partir do movimento da Escola Nova que passamos a considerar o interesse do aluno no processo de aprendizagem, deixando de centrar o conhecimento na figura do professor.

Educação e Formas de Produção

Que a educação mudou de acordo com as necessidades da sociedade eu já sabia, entretanto não imaginava o quanto estas mudanças estavam intimamente relacionadas com as formas de produção e o mercado de trabalho
Durante muito tempo a educação foi influenciada pelo Taylorismo (nascimento das esteiras de produção, trabalhadores perdem a noção do todo e fazem as partes do produto). Na escola o conhecimento é fragmentado e são valorizadas as notas e não o conhecimento, como o salário ao invés da produção. Posteriormente o Toyotismo virá ditar novas mudanças: em um mercado de trabalho onde espera-se que o trabalhador colabore com a empresa, coloque seu conhecimento a disposição e seja flexível para assumir mais de uma tarefa ao mesmo tempo quando necessário, a escola também entra nesta roda.

Conceitos e propostas como as de "descentralização", "autonomia dos centros escolares”,“flexibilidade dos programas escolares", "liberdade de escolha de instituições docentes", etc., têm sua correspondência na descentralização das grandes corporações industriais, na autonomia relativa de cada fábrica, na flexibilidade de organização para ajustar-se à variabilidade de mercados e consumidores, nas estratégias de melhora de produtividade baseada nos círculos de qualidade, na avaliação e supervisão central para controlar a validade e o cumprimento dos grandes objetivos da empresa, etc. (Santomé, 1998)

REFERÊNCIAS

SANTOMÉ, Jurjo Torres. As origens da modalidade de currículo integrado. In:______. Globalização e interdisciplinaridade: o currículo integrado. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998, p.9-23

Conversa em Libras... hã?

Confesso que para fazer o trabalho de recuperação da disciplina de Libras (onde foi solicitado que olhássemos um vídeo de uma conversa e falássemos sobre o que as pessoas falavam) precisei pedir ajuda. Até tentei identificar os sinais que constavam no dicionário (em pdf) na conversa do vídeo, mas os poucos que consegui identificar não me ajudaram muito na tarefa de entender a conversa como um todo.
Tenho uma amiga adolescente que fez um curso de Libras e era intérprete de uma colega surda no Ensino Médio (escola do estado, sem intérprete, ela fazia as vezes de intérprete na solidariedade). Sentamos eu, ela e o computador e vimos o vídeo várias vezes. Ela "traduziu a conversa pra mim" UM MONTE de vezes, até eu conseguir assimilar. Enquanto eu procurava as palavras-imagem no dicionário para anexar no meu trabalho ela ia me dando uma aula: (eu)"Nossa, por que tem tantos 'mais'?" (ela)"cada um tem um sentido diferente, tem mais de matemática, mais de 'a mais', etc."; (eu) "ela falou 'bom' durante a conversa, não tem 'bom'... ah, tem boa" (ela) "'é o mesmo sinal, o @ serve pra masculino e feminino" (isto eu até já tinha lido, mas não lembrava); (eu) "olha só, laranja e sábado são iguais (ela tinha feito o sinal de laranja pra mim enquanto 'traduzia') - e como faz pra diferenciar?"; (ela) "no vídeo ela falou antes que era suco" (eu) "e se quiser falar cor?" (ela) "daí tem que fazer o sinal de cor antes" (ela)"o preto, por exemplo, se não fizer o sinal de cor antes, pra indicar que é cor preta, sozinho pode ser interpretado como sinal de racismo"
Enfim, é lógico que não aprendi a falar LIBRAS em uma tarde, mas aprendi muito sobre o funcionamento da Língua neste dia.

PS: Amei o sinal do gaúcho!

LIBRAS: Língua

Outra aprendizagem significativa para mim quanto a Libras foi compreendê-la como LÍNGUA, e não simplesmente como meio de comunicação. Na escola que dou aula à tarde já havia ouvido relatos dos professores quanto à educação dos surdos (como leciono lá no turno da tarde não dei aula para eles, pois foram concentrados todos no turno da manhã em função da disponibilidade da intérprete), mas não conseguia compreender muito bem. Lembro de uma conversa da professora de português com a diretora, falando que os textos deles eram diferentes, que eles não usavamos conectores, etc. E me pergutava: mas como eles escrevem? Como aprendem o português? Se não usam conectores, como é a construção de seus textos? A visão que eu tinha era de que eles não conseguiam escrever textos "corretos" e que isto era "considerado" em função de sua "deficiência" - Fico até com vergonha agora... - Mas felizmente aprendi que não é assim.
Os surdos tem LIBRAS como sua primeira LÍNGUA, que tem suas particularidades para escrever, pois é uma língua diferente da Língua Portuguesa. Língua Portuguesa é Língua Portuguesa e LIBRAS é LIBRAS. Elas não são a mesma coisa, portanto se escreve diferente em Libras e em Lingua Portuguesa.
LIBRAS é um língua formada pelos parâmetros:
- Configuração das mãos;
- Locação;
- Movimentos;
- Orientação das mãos;
- Expressão facial e/ou corporal
Através dela pode se conversar sobre qualquer assunto, do mais concreto ao mais abstrato

Cultura Surda

Ao ler os textos da interdisciplina de Libras e a história de Emanuelle, uma menina surda que cresceu sem aprender a linguagem dos sinais, sendo apresentada a esta forma de comunicação somente aos 7 anos, pude compreender o significado de CULTURA SURDA. Já havia ouvido falar, mas não entendia exatamente o significado.
No relato sobre a vida de Emanuelle vemos que ela, por não ouvir, não conhecia o significado de muitas coisas que fazem parte da nossa cultura: via o pai ouvindo o rádio, mas não conseguia compreender o significado disto na nossa cultura. Não sabia que as pessoas tinha nomes, etc. Emanuelle não fazia parte da cultura dos ouvintes e nem da cultura surda. Não conhecia a linguagem de sinais, não conseguia comunicar-se.
No momento que ela é apresentada a linguagem de sinais, vários aspectos culturais passam a fazer sentido para ela: descobre que as pessoas tem nome, que ela própria tem um nome. Emanuelle saiu do isolamento, podia-a comunicar-se e foi inserida na CULTURA SURDA, assim como seus pais, que também aprenderam a linguagem de sinais para poder comunicar-se com ela

“Então entendermos que a comunidade surda de fato não é só de sujeitos surdos, há também sujeitos ouvintes – membros de família, intérpretes, professores, amigos e outros – que participam em compartilham os mesmos interesses em comuns em uma determinada localização.” (Strobel, 2008)

Cultura, de acordo com o dicionário é o conjunto dos conhecimentos adquiridos, o conjunto das estruturas sociais, religiosas, etc., das manifestações intelectuais, artísticas etc., que caracterizam uma sociedade. A Cultura Surda, portanto, vem a ser o conjunto dos conhecimentos e manifestações especificas dos surdos.

LIBRAS - História dos surdos

Nunca havia estudado nada sobre Libras. Na unidade a respeito da História dos Surdos pude ver o quão antiga é a comunicação através de sinais (já foi relatada por Sócrates) e as iniciativas na educação dos surdos ao longo da história. Mas algo que me chocou foi descobrir que as escolas de surdos já foram proibidas de utilizar a língua de sinais sob a alegação de incentivar a "preguiça para falar" (1880 - Congresso Internacional de Surdo-Mudez - Milão).
Hoje o método oral (defendido na época) não é aceito pelos surdos, que tem a LIBRAS não só como meio de comunicação, mas como parte de sua CULTURA

EJA - Mais reflexões

O texto de Brandão é emocionate e faz-nos refletir mais um pouco sobre a forma como se deve conduzir a EJA.
(um homem de pouco estudo, falando com outro possuidor de mais estudo)
"A educação que chega pro senhor é a sua, da sua gente, é pros usos do seu mundo. Agora, a minha educação é a sua. Ela tem o saber de sua gente e ela serve pra que mundo?" (Brandão, 1984)
Penso que se pegasse uma turma de EJA antes da interdisciplina deste semestre, correria um grande risco de dar aos alunos a "minha educação", como diz o texto. Não por preconceito, mas por pura falta de conhecimento.
O texto de Brandão nos faz refletir sobre a função da EJA. Se “o primeiro traço cultural relevante para esses jovens e adultos, [é] sua condição de excluídos da escola regular.” (Oliveira, 1999). Temos que refletir muito sobre o que vamos ensinar e como iremos fazê-lo, caso contrário estaremos correndo o risco de esvaziar o propósito da educação e produzirmos na mente deles o tipo de questionamento que o autor relata em seu texto: "esta educação serve para que mundo?"

REFERÊNCIAS

BRANDÃO, Carlos R. A questão política da educação popular. 4. ed. São Paulo: Brasiliense, 1984. p. 7-10.

OLIVEIRA, Marta Kohl de. Jovens e adultos como sujeitos de conhecimento e aprendizagem. Revista Brasileira de Educação, Set./Out./Nove./Dez. 1999, n. 12, p. 59-73.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

EJA - O que ensinar? Como ensinar?

Durante este semestre pude aprender um pouco mais sobre a EJA. Posso dizer que eu era completamente leiga no assunto - sempre trabalhei com crianças. O contato mais próximo que tive foi através dos relatos do meu mearido, que concluiu seus estudos através desta modalidade.
Desta forma não fazia a menor idéia de como conduzir uma classe de EJA. Já havia lido Paulo Freire, mas para mim tudo parecia muito ideológico, e não conseguia enxergar como funcionaria esta educação emancipadora na prática. Neste sentido as leituras foram fundamentais para mim. Dentre as leituras do semestre, destaco o texto de Hara Regina - Alfabetização para adultos: ainda um desafio - onde a autora fala justamente sobre a aplicação do "Método Paulo Freire"

“Normalmente levados por uma leitura mecânica do chamado Método Paulo Freire educadores de adultos têm aceitado o desafio simplista de, escolhidas determinadas palavras ligadas à realidade do educando, desenvolver processos de discussão e ou aprendizagem que impliquem simplesmente na decodificação de tais palavras e na sua silabação visando à construção de novas palavras. Tais movimentos, além de se tornarem mecânicos (como se o processo de alfabetização fosse um caminho linear de incorporação de novas sílabas ao universo de aprendizagem do educando), acabam não considerando a experiência acumulada por este educando e suas hipóteses a respeito de como tal processo de escolarização se realiza” (Hara, 1992)

Hara propõe que os adultos em fase de alfabetização, assim como as crianças, devem ter a oportunidade de formular suas hipóteses sobre a construção da escrita (retomamos aqui as aprendizagens a respeito de Ferreiro e Teberosky), levando em consideração os interesses e necessidades da faixa etária.

“‘Frases simples’ só com sílabas conhecidas não são necessariamente mais fáceis de ler se pensarmos na motivação que as pessoas tem para extrair algo de significativo do escrito. Manchetes de jornais com fatos importantes do momento são bastante dasafiadoras e fazem convergir muitas informações a respeito da Língua escrita” (Hara, 1992)


REFERÊNCIAS

HARA, Regina. Alfabetização de adultos: ainda um desafio. 3. ed. São Paulo: CEDI, 1992

Deficiência Mental

Ao estudar a unidade sobre Deficiência Mental, dentre outras coisas que aprendi, fiquei deslumbrada com uma delas: uma proposta de aula inclusiva feita em um dos textos de Formação Continuada a Distância sobre a Deficiência Mental. O texto falava sobre a sistemática de aula adotada pela maioria dos professores para "incluir" um aluno: "o professor escolhe e determina
uma tarefa para todos os alunos realizarem individualmente e uniformemente, sendo que para os alunos com deficiência mental ele oferece uma outra atividade facilitada sobre o mesmo assunto" (Batista; Mantoan, 2007). Para mim esta era a forma de incluir. Perdoem a ignorância, mas eu nunca havia imaginado outro jeito...
Foi inovador para mim a proposta das autoras: professor, dentro de um conteúdo, dá varias opções para os alunos (as autoras tomaram como exemplo o conteúdo sistema solar): elaboração de textos, a construção de maquetes do sistema planetário, realização de pesquisas em livros, revistas, jornais, internet, confecção de cartazes, leituras interpretativas de textos literários e poesias, apresentação de seminários sobre o tema, entre outras. Cada aluno escolhe uma forma para desenvolver seu aprendizado. O aluno com deficiência escolherá por ele mesmo algo qu consiga fazer, sem que o professor precise estipular o que ele consegue ou não. De quebra a proposta ainda "inclui" todos os alunos, possibilitando-lhes passar por cimas de suas dificuldades ao poderem escolher também a melhor forma de explorar o conteúdo
FANTÁSTICO!

REFERÊNCIAS

BATISTA, Cristina Abranches Mota; MANTOAN, Maria Teresa Eglér. Atendimento Educacional Especializado em Deficiência Mental. Disponível em: http//:portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/aee_dm.pdf. Acesso em 14/01/2010

Autismo

A unidade de estudo sobre o Autismo foi muito interessante. Tenho um primo de 4 anos que foi diagnosticado com traços autistas e pude reconhecer muito do que li e vi nos videos. A visão que eu tinha sobre o autismo era a da maioria das pessoas - aquela disseminada pela mídia, de que o autista é extremamente inteligente mas não se comunica (como descrito nos textos). Lembro-me até de um filme onde uma criança autista desvendava um crime, mas ia dando pistas daquilo que sabia através de um jogo de cartas de baralho (não lembro muitos detalhes do filme, mas a imagem que ficou foi esta - inteligencia e comunicação deficitária). Entretanto, pude verificar nos textos que julgar um autista como extremamente inteligente, além de ser um erro pode ser prejudicial para seu desenvolvimento.
“A implicação imediata dessa noção é o perigo de se superestimar as potencialidades da criança, criando demandas sociais e intelectuais acima das suas capacidades, com desastrosas conseqüências. Muitas vezes a ausência de respostas das crianças deve-se à falta de compreensão do que está sendo exigido e não de uma atitude de isolamento e recusa proposital." (Bosa, 2002)
Além disto, não podemos privar autista das oportunidades de convívio social pelo fato de ele não responder aos estímulos de interação com o outro
“A pesquisadora americana C. Lord já chamava a atenção para o questionamento sobre até que ponto o retraimento social de pessoas com autismo é inerente à síndrome ou resultado da falta de oportunidades sociais oferecidas (Bosa, 2002)
Outro concepção equivocada que eu tinha era de que o autismo era causado por um problema na relação mãe-bebê. Segundo Cleonice Bosa, não há indícios que comprovem uma relação causal para o autismo, devendo-se ter muita cautela neste sentido. Ainda faltam pequisas que consigam explicar a origem do autismo.

REFERÊNCIAS

BOSA, Cleonice. Autismo: atuais interpretações para antigas observações. In: BAPTISTA, Cláudio Roberto; BOSA, Cleonice (Orgs.). Autismo e Educação: reflexões e propostas de intervenção. Porto Alegre: Artmed, 2002.

Atendimento Educacional Especializado

Confesso que antes de me debruçar sobre a legislação e os documentos oficiais sobre a Educação Especial, material proporcionado pela disciplina EPNEE, fazia uma grande confusão quanto a questão do Atendimento Educacional Especializado. Pensava a lei, ao assegurar ao educando este atendimento, previa que o professor da classe regular fosse especializado. Isto me causava até certa insegurança, afinal, na formação que eu possuia até agora (Magistério - nível médio) não tive nenhuma disciplina sobre inclusão, sendo assim, não era especializada. Entretanto, via colegas na mesma situação que eu com alunos de inclusão em suas classes.
Depois do estudo proporcionado pela disciplina pude perceber que o atendimento previsto por lei exige uma formação específica do professor especialista, que presta atendimento ao educando de forma complementar ou suplementar a educação regular, no turno oposto. Tranquilizou-me saber que este atendimento é assegurado por lei, bem como a orientação de que haja uma integração entre o atendimento especializado e a classe regular que o aluno frequenta.

História da Educação Especial

Foi bastante enriquecedor estudar a história da educação especial. Através deste estudo pude me dar conta de o quanto é recente a legislação sobre inclusão e do porque temos ainda tanto caminho a trilhar neste sentido. De acordo com Miranda, enquanto outros países já discutiam a educação dos portadores de necessidades especiais, nosso país saiu da fase de negligência só em 1950. Mesmo assim, nossos PNEE ainda foram segregados em escolas especiais por longo tempo. Só a partir da constituição de 88 começamos a tomar novos rumos, e a inclusão passa a ganhar força com a LDB de 96. Desta forma, estamos nesta caminhada há pouquissimo tempo! Em 1996 eu ainda estava no Ensino Fundamental (6a. série - hoje 7o. ano) e não me lembro de nenhum aluno de inclusão em minha escola...
Tamanha confusão e preconceitos que nos deparamos ao encarar a inclusão na escola de hoje podem ser compreendidos (mas não justificados)se pensarmos o quão recente ela é e o quanto ainda temos para debater sobre este assunto.

REFERÊNCIAS

MIRANDA, Aríete Aparecida Bertoldo . História, deficiência e educação especial. Disponível em: http://\v\vw.histedbr.fae.unicaiTip.br/reYÍsta/revis/revisl5/art_l 5.pdf. Acesso em 11/01/2010